Memória do Corpo Docente – Leny Magalhães Mrech

LENY MAGALHÃES MRECH


(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” no ano de 2021.)


Leny Magalhães Mrech nasceu em 31 de julho de 1949 em São Paulo, capital.
Em 1974 formou-se em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) e em 1978 formou-se em Psicologia pela Universidade de Guarulhos. Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1984 concluiu seu Mestrado em Psicologia Escolar pelo Instituto de Psicologia (IP) da USP e em 1989 doutorou-se em Psicologia Escolar pela mesma instituição. Livre-docente pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP).
Trabalhou como professora nas disciplinas de Psicologia do Excepcional I e II, na Universidade Mackenzie (1977 a 1983); como professora de Sociologia na FMU, em curso de Jornalismo, e de Psicologia na antiga FIAM, no curso de Jornalismo.
Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1983 onde integrou o EDM – Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada, na área de Educação Especial na disciplina: Materiais para o Ensino de Deficientes Mentais I e II, depois assumiu a Licenciatura em Psicologia ministrando a disciplina: Metodologia do Ensino em Psicologia I e II; Didática, no curso de Pedagogia e a disciplina Psicologia, no curso de Fonoaudiologia. Foi coordenadora da Pós-Graduação e participou das comissões: de graduação; do Conselho e da Comissão de Pós-Graduação. Também foi vice-diretora da FEUSP. Aposentou-se em 2019.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, a participação em eventos externos como representante da FEUSP na Austrália (IALEI).
Representante da FEUSP no ENAPOL, encontro com 1500 pessoas que reuniu participantes da Psicanálise das três Américas. Também destacou a entrada da Psicanálise, em 1995, no programa de Pós-Graduação, anteriormente era restrita a graduação, ocorrendo a vinda de vários colegas: Leandro de Lajonquière, Rinaldo Voltolini e outros.
Considerou que seu trabalho não se reduz a um período determinado, pois esteve sempre ligada a um eixo fora do Brasil, principalmente França e Argentina, através da Associação Mundial de Psicanálise e ao Brasil, através da Escola Brasileira de Psicanálise. É Membro da Associação Mundial de Psicanálise; Membro da Escola Brasileira de Psicanálise e Membro da Clínica Lacaniana de Atendimento e Pesquisas em Psicanálise (CLIPP). Autora e organizadora de 5 livros na área de Psicanálise e Educação. Autora de mais de 40 artigos em revistas especializadas.
Registrou ainda, nas palavras da biografada: A FEUSP foi e é o meu lar. A ela pertenço em coração e alma. Agradeço a todos os colegas que me propiciaram novos olhares a respeito da Educação. E com os colegas do meu antigo departamento e agora da Pós-Graduação encontrei uma irmandade na investigação do que ocorre nas Ciências Humanas, com destaque a Psicologia, a Psicanálise e Educação, meus principais campos de trabalho.

Memória do Corpo Docente – José Carlos de Araújo Melchior

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO MELCHIOR


(Minibiografia baseada em informações contidas no Informativo n° 334 da Adusp.)


José Carlos de Araújo Melchior nasceu em 1938.
Após o desmembramento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1969, integrou o corpo de primeiros docentes que deu início a Faculdade de Educação da USP, atuando no EDA – Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação, como auxiliar de ensino.
O professor Melchior foi um dos pioneiros na área de financiamento da Educação no país, projetando a FEUSP como um centro importante na pesquisa desse tema. Atuou na democratização da FE, na instituição de concursos públicos para a contratação de docentes, na luta por processos de eleição de dirigentes e subsidiou o Congresso Constituinte na área de Educação. Aposentou-se em 1990.
Faleceu em 20 de setembro de 2011.

Memória do Corpo Docente – José Cerchi Fusari

JOSÉ CERCHI FUSARI

(Mini Biografia baseada em entrevista por vídeo chamada concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” em março de 2022.)


José Cerchi Fusari nasceu em 07 de maio de 1944 em Santo André, São Paulo. Em 1968 formou-se em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1988 concluiu seu Mestrado em Filosofia da Educação pela PUC-SP e em 1998 o Doutorado em Educação, na área de Didática, pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP).
Trabalhou como professor do primário da rede estadual de ensino da cidade de São Paulo, após se formar no magistério, no início dos anos 60. Foi professor e coordenador pedagógico na escola Experimental da Lapa que, junto com a Escola Vocacional e a Escola de Aplicação da USP, formava uma tríade de inovação educacional pública em São Paulo, incluindo um projeto de formação permanente dos professores sobre sua prática docente. Trabalhou também no Ministério da Educação no CENAFOR-MEC, no Bom Retiro, por oito anos, após a Experimental da Lapa, como planejador e implementador de cursos emergenciais de formação de professores ao redor do Brasil nas secretarias de educação, escolas técnicas federais, agrícolas, industriais, comerciais e universidades em todo o país. Era responsável por coordenar, executar e avaliar tais cursos, sendo essa experiência fundamental em sua formação intelectual para pensar o Brasil e a educação brasileira. Após, trabalhou no MEC-Brasília, por dois anos, coordenando o Ensino Médio nacionalmente, em um momento importante de democratização da educação e redemocratização do país, nos anos 80. Participou ativamente da Associação Nacional de Educação (ANDE), que promoveu as Conferências Brasileiras de Educação, em combate à Ditadura Militar. A Revista da ANDE, era um importante veículo de publicação em defesa da educação pública brasileira na perspectiva da pedagogia crítica revolucionária. Da sua experiência na ANDE, surgiu a oportunidade de atuar no MEC-Brasília, que o possibilitou conhecer as políticas educacionais a partir do ponto de vista governamental. Foi docente na Faculdade de Belas Artes em São Paulo.
Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1989, como professor substituto, onde integrou o EDM – Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada, na área de supervisão escolar. Ministrou as disciplinas: Currículos e Programas, na Pedagogia; Didática, na Licenciatura e, após a Reforma do curso de Pedagogia, ministrou: Coordenação do Trabalho na Escola II, integrada, experimentalmente, com a disciplina: Orientação Educacional, juntamente com a Profa. Dra. Silvia Colello. As aulas eram ministradas em conjunto no auditório. Participou de congressos nacionais e internacionais; bancas de mestrado e doutorado; seminários e foi Presidente da Comissão de Cultura e Extensão, na gestão da Prof. Dra Selma Garrido Pimenta, juntamente com a Profa. Dra. Flávia Inês Schilling.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, as oportunidade de pesquisa, abrindo um mundo de produção de conhecimento, que se somaram a sua experiência anterior de trabalho, onde conheceu o chão das escolas de todo o país, rurais e urbanas, possibilitando adquirir uma visão de Brasil através da vivência e observação direta. Também sua atuação no Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educador (GEPEFE), criado pela Profa. Dra. Selma Garrido Pimenta, a Profa. Dra. Maria Felisminda de Rezende Fusari, sua esposa, e a Profa. Dra. Heloísa Dupas de Oliveira Penteado, para orientação coletiva dos alunos de Pós-Graduação, uma vez que as orientações eram feitas apenas individualmente, até então. Inicialmente, participou do grupo como aluno de doutorado e posteriormente como docente, junto aos seus orientandos. Destacou ainda duas pesquisas realizadas pelo GEPEFE, uma a respeito dos cursos de Pedagogia do Estado de São Paulo, e outra sobre os Egressos dos Curso de Licenciatura da USP.
Também registrou que, atualmente, permanece como orientador no GEPEFE e o importante trabalho desse grupo como produtor de conhecimento, que funciona como uma escola de orientação de mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos e, ao mesmo tempo, de formação de orientadores. Também permanece atuando em bancas de mestrado, doutorado e seminários em universidades federais, na PUC São Paulo, Santos e Rio de Janeiro, UNESP e USP.
Afirmou que sua carreira foi feita de interessantes rupturas que serviram de base epistemológica para sua interação com os alunos em sua prática docente. Guarda com orgulho sua atuação na FEUSP.

Memória do Corpo Docente – José Augusto Dias

JOSÉ AUGUSTO DIAS


(Minibiografia baseada em informações contidas na tese de doutorado de Fabiana Aparecida Arf.)


José Augusto Dias foi docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), integrando o EDA – Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação. Teve como principais influências o Professor José Querino Ribeiro, quando atuou na extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (atual FFLCH) da Universidade de São Paulo. Exerceu a função de chefe do EDA em 1980.
Em entrevista à Fabiana Aparecida Arf em sua tese de doutorado pela UNESP/Marília, intitulada “Carlos Correa Mascaro e Moysés Brejon: Contribuições dos Assistentes de Cátedra de José Querino Ribeiro para a Administração Escolar No Brasil”, José Dias afirmou: “Quando eu cheguei à Cadeira de Administração Escolar havia, então, três professores: o catedrático José Querino Ribeiro e os dois assistentes Carlos Correa Mascaro e Moysés Brejon. Eu estava, naquela época, trabalhando na própria Universidade, porque eu era diretor do Colégio de Aplicação da Universidade. Lá, então, eu tive uma convivência mais próxima com o próprio professor Querino, que tinha participação no Conselho Deliberativo do Colégio de Aplicação. Depois de algum tempo que eu estava no Colégio fui convidado para trabalhar na Cadeira e deixei as minhas atividades de diretor de escola para ser professor. A primeira tarefa que me foi atribuída pelo professor Querino era a de fazer os seminários das aulas dele: ele dava as suas aulas e depois os seminários ficavam por minha conta. Então, começou daí a minha convivência com os três. Os três, no ano em que o Collor tomou posse, em 1990, em fevereiro morreu o Mascaro, em março morreu o Brejon e em abril morreu o Querino, os três em seguida, um fato que ficou marcante para mim. A minha convivência com eles foi muito importante, principalmente com o professor Querino e, também, com o professor Mascaro. Com o Brejon eu já tive uma convivência um pouco mais distante, mas o Querino foi decisivo na minha carreira, foi meu orientador de Doutorado… Eu devo muito ao Mascaro, também, porque ele tomava iniciativa e delegava. No caso do I Simpósio de Administração Escolar, na criação da ANPAE, foi iniciativa do Mascaro que acabou ficando no nome do Querino porque ele era assistente do Querino, e ele tomava outras iniciativas e, então, me chamou para fazer as tarefas. Uma delas, por exemplo, foi a de fazer uma viagem para os Estados Unidos acompanhando o Reitor e professores da Universidade de Brasília. O Laerte Ramos de Carvalho, que era o Reitor da Universidade de Brasília, tinha uma viagem a fazer com seus professores e o Mascaro me pôs no meio.
Ele disse: “Você vai também e a sua tarefa lá vai ser a de entrar em contato com o Andrew Halpin.” Porque o Halpin, não sei se você conhece de nome, foi um professor de Psicologia da Educação e ele estava para vir ao Brasil. O Mascaro tinha entrado em contato com ele e queria que ele viesse e falou: “Você vai lá com o Laerte, vai lá procurar o Halpin e, então, acerta com ele a vinda dele para o Brasil.” Então, uma das primeiras viagens internacionais que eu fiz foi por indicação do professor Mascaro. Ele me pôs, por exemplo, na primeira comissão que estava estudando a reforma do ensino, que resultou na Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus, criação do Ensino de 1º e 2º Graus e eu ia para o Rio de Janeiro participar das reuniões lá. Naquela época, ainda, quem comandava era aquele padre conhecido e depois passou para o Valnir Chagas e com ele é que veio, efetivamente, a reforma do ensino. E, assim, eu devo muito da minha carreira em primeiro lugar ao professor Querino, que foi meu orientador, e ao professor Mascaro porque ele criou uma série de oportunidades que resultavam até em viagens. Eu fui, por exemplo, coordenador de um curso da OEA que havia, na época, no CRPE – Centro Regional de Pesquisa, mas depois passou para a própria Faculdade. Então eu fui, por indicação do Mascaro, coordenador desse curso de Supervisor e Administrador da Educação para a América Latina. Enfim, uma série de oportunidades muito importantes para minha carreira eu devo ao professor Mascaro. Trabalhei junto com o professor Brejon, mas minha dívida maior é com o professor Querino e o professor Mascaro.”

Memória do Corpo Docente – José Mário Pires Azanha

JOSÉ MÁRIO PIRES AZANHA


José Mário Pires Azanha nasceu em 1931.
Iniciou a docência na extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, em 1966. Com o seu desmembramento, em 1969, transferiu-se para a Faculdade de Educação da USP, em 1974, onde integrou o EDF – Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação, como auxiliar de Ensino. Foi titular de filosofia da educação, especialista em lógica e em metodologia da pesquisa.
Participou da gestão da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, exercendo ações decisivas em momentos muito significativos para a transformação de nosso sistema de ensino. Foi também o primeiro diretor da Cátedra USP-UNESCO de Educação para Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, que foi assinada na sede da UNESCO, Paris, em 31 de dezembro de 1995 e, por duas vezes, presidente do Conselho Estadual de Educação.
Faleceu em 2004.
No site da FEUSP encontra-se seu acervo disponível em:
http://www3.fe.usp.br/secoes/inst/novo/acervo_jmpa/principal.asp

Memória do Corpo Docente – João Eduardo Rodrigues Villalobos

JOÃO EDUARDO RODRIGUES VILLALOBOS


João Eduardo Rodrigues Villalobos foi auxiliar na cátedra de História e Filosofia da Educação, junto ao professor Roque Spencer na extinta Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras (atual FFLCH) da Universidade de São Paulo.
Em 1966, participou da Campanha em Defesa da Escola Pública, junto a nomes como o professor Roque Spencer Maciel de Barros e Florestan Fernandes, no período em que o professor Laerte Ramos de Carvalho saiu da FEUSP para ser reitor da Universidade de Brasília.
Integrou o quadro dos primeiros docentes da Faculdade de Educação da USP (1969) no EDF – Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação, como Assistente Doutor e foi representante dos assistentes doutores na Congregação.

Memória do Corpo Docente – João Teodoro D’Olim Marote

JOÃO TEODORO D’OLIM MAROTE


(Minibiografia baseada em informações contidas no Currículo Lattes.)


João Teodoro D ?Olim Marote graduou-se em Letras (1949) e Direito (1958) pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Letras (1970) e Doutor em Linguística (1973) pela mesma instituição. Atuou na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada.
Foi docente da extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (atual FFLCH) da USP. Com seu desmembramento em 1969 passou a integrar o corpo de primeiros docentes da Faculdade de Educação da USP, no EDM – Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada. Foi fundador do INCO-CEPEL (curso de extensão em língua inglesa para a comunidade) e ex-presidente da Revista Educação e Pesquisa (FEUSP). Foi autor de 40 livros.
Faleceu em 2019.

Memória do Corpo Docente – João Pedro da Fonseca

JOÃO PEDRO DA FONSECA


(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” no ano de 2021.)


João Pedro da Fonseca nasceu em 11 de agosto de 1943, na cidade de Jacuí, Minas Gerais.
Em 1971 formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Educação (FE) da Universidade de São Paulo (USP). Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1978 concluiu seu Mestrado e em 1987 seu Doutorado.
Trabalhou na Valisère S/A; Companhia Atlantic de Petróleo e no Banco do Brasil S/A.
Iniciou sua atuação na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1972, como auxiliar de ensino. Integrou o EDA – Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação, ministrando as disciplinas: Estrutura e Funcionamento do ensino de primeiro e segundo graus para os cursos de Pedagogia e Licenciatura; Princípios e Métodos de ensino de Administração Escolar e Problemas Especiais de Administração Escolar.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, a orientação de alunos de Mestrado e Doutoramento; atuação em várias Comissões: Biblioteca; Compras; Licenciatura; Pesquisa; exerceu a Vice-chefia de Departamento e representante em Congregação. Participou em Eventos: Congressos; Simpósios de Administração Escolar; Educação Infantil e Alimentação escolar; foi assistente de Direção pro tempore (1 ano) da FEUSP.
Também registrou que tendo dedicado muito tempo à atividades administrativas, não preocupou-se em atender ao imperativo “publique ou morra”, embora não ignorasse as consequências dessa opção. Nas palavras do biografado: “Nesse mesmo sentido, não hesitei em aceitar o cargo de assistente de direção da Escola de Aplicação, pois era crítica a situação pela qual passava a “escola de demonstração”, herdada do Centro Regional de Pesquisas Educacionais, do Ministério da Educação.” Também que foi marcante a tensão vivida por muitos professores, diante da condução da Reforma da Previdência. Ainda nas palavras do biografado: “Eu não tinha intenção de me aposentar, mas incertezas, dúvidas e insegurança foram aumentando à medida que os trabalhos iam adiantando. Decidi consultar um advogado previdenciário para avaliar o grau de riscos que corriam os que estavam completando o tempo de serviço e de contribuição. Depois de uma preleção a respeito de direito adquirido e expectativa de direito, o advogado concluiu que a decisão dependia do grau de confiança depositada nos governantes.
Como eu já tinha entrado com o pedido de contagem do tempo, completado o tempo de contribuição e de serviço para a aposentadoria integral, a Reitoria me informou e já me tomou as medidas necessárias para efetuar o processo. Surpreendentemente, em pouco tempo tudo estava encaminhado e a publicação no Diário Oficial aconteceu.”
Publicou inúmeras resenhas, principalmente na Revista da Faculdade de Educação; artigos em revistas e participou de publicações coletivas, com capítulos de livros.

Memória do Corpo Docente – Jerusa Vieira Gomes

JERUSA VIEIRA GOMES


(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por
meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo
a história da FEUSP” no ano de 2021.)


Jerusa Vieira Gomes nasceu em 29 de março de 1942 na cidade de Vila Velha, Espírito Santo.
Em 1965 formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Após sua graduação, em 1966, iniciou o Curso de Especialização em Orientação Educativa, coordenado pela Profa. Maria José Garcia Werebe, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1979 concluiu seu Mestrado em Psicologia, no IPUSP.. Em 1987 concluiu o Doutorado em Psicologia pelo Instituto de Psicologia (IPUSP) da Universidade de São Paulo (USP), sob a orientação da Profa. Dra. Sylvia Leser de Mello, com base em pesquisa longitudinal, de campo, sobre o Processo de Socialização Primária, de crianças e adolescentes de famílias migrantes residentes na Vila Helena, Carapicuíba. Após o doutoramento, em continuidade ao trabalho de campo, investigou a inserção dos jovens, participantes desta pesquisa, no mercado de trabalho, ou seja, a transição deles da família à escola e ao trabalho, base de sua Tese de Livre Docência em Psicologia da Educação pela Faculdade de Educação FEUSP (1996). Na Faculdade de Educação, no período entre final do doutoramento e a Livre-Docência, prestou Concurso de Ingresso à Carreira Docente – disciplina Psicologia da Educação IV(EDF): Processos de Socialização.
Iniciou suas atividades profissionais no Ginásio Estadual Pluricurricular Experimental (GEPE I) – projeto de excelência em educação do Estado de São Paulo -, como Orientadora Educacional e membro da Equipe de Coordenação do Ginásio constituída por: Liliane Duval, Stella Galli Mercadante, Cynira Stocco Fausto, Maria Malta Campos e, posteriormente, Nara Bernardes, Laís Furquim de Azevedo e Marli Afonso de André (1968 a 1970). Nas palavras da biografada: “ Era a grande revolução levada a cabo por todas as escolas experimentais e vocacionais da época. Sem dúvida era uma pedagogia de vanguarda, uma prática libertária em um país sob ditadura civil-militar”. De 1972 a 1984, foi Professora do Curso de Psicologia da Fundação Educacional de Bauru,
posteriormente integrada à UNESP, ministrando as disciplinas: Orientação Educacional, Orientação e Seleção Profissional e Análise da Identidade Pessoal e Social. De 1974 a 1976, foi Docente Voluntária e, posteriormente, Auxiliar De Ensino do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho (PST) do IPUSP. Em 1974, ministrou a disciplina

Psicologia Escolar, condição de substituta, do Curso de Psicologia da Faculdade de Psicologia da FFCL de Santos. Professora do Curso de Psicologia da Faculdade Paulistana de Ciências e Letras de São Paulo, disciplina: Seleção e Orientação Profissional (1974 a 1979) e Professora do Curso de Psicologia das Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo (FMU), entre 1980 a 1987. Neste período, a convite do Prof. Samuel Fromm Neto, assumiu também a disciplina Psicologia dos Problemas Sociais, oportunidade de aprofundar o estudo de alguns dos problemas críticos da sociedade brasileira, sob a ótica da Psicologia Social, e que só se agravaram no curso dos anos, tais como violência e menor abandonado, Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1985, onde integrou o EDF – Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação, ministrando as disciplinas: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO I: Psicologia Do Desenvolvimento (1985, 1986 E 1988); Psicologia Da Educação II: Psicologia Da Aprendizagem (1986 E 1987); Introdução Aos Estudos De Educação (1990, 1991,1993); Psicologia Da Educação IV: Processos De Socialização (1990 A 1996) E Psicologia Do Desenvolvimento: Infância (1995) e ministrou o curso livre: Literatura, Psicologia e Educação (Nov/1992). Na Pós-graduação: Família e Educação: Socialização, Escolarização e Vida Profissional (1988, 1989, 1992 e 1994). Estimulada, em especial pela colega Martha Carvalho, participou ativamente da vida institucional: reuniões setoriais e gerais; foi eleita, sucessivamente, Suplente do Conselho Departamental, Representante Titular da Categoria de Professor Doutor junto ao Conselho do Departamento, Representante Titular da Categoria de Professor Doutor na Congregação da FEUSP (1991-1993) e, por último, Representante Titular Docente junto ao CTA/FEUSP (1994-1995). Além de bancas, mesas-redondas, seminários, congressos e assessoria na FAPESP.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, a luta pelo voto secreto no EDF, para composição do Conselho Departamental e a eleição do novo chefe do Departamento. Eleger o colega Prof Evaldo Amaro Vieira, representava a possibilidade de gestão mais democrática. Também registrou que, embora a FEUSP fosse uma instituição difícil, não o foi para ela após o período inicial de adaptação. Nos períodos em que foi representante docente na Congregação e no CTA, as reuniões transcorreram sem maior tensão, com relações pessoais cordiais. Registrou ainda que, embora o tempo de serviço na FEUSP possa ser considerado pouco por critério apenas numérico, tem certeza que colaborou e produziu o máximo possível nas condições dadas.

Memória do Corpo Docente – Jair Militão da Silva

JAIR MILITÃO DA SILVA


(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” no ano de 2021.)


Jair Militão da Silva nasceu em 05 de outubro de 1949, em São Paulo, Capital.
Formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), com habilitação em Administração Escolar e Inspeção Escolar.
Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1983 concluiu o Mestrado em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em 1989 doutorou-se em Educação pela FEUSP. Livre-docente pela FEUSP (1995).
Trabalhou na área de atenção a adolescentes considerados com problema de conduta antissocial. Lecionou as disciplinas: Introdução à Filosofia e Filosofia da Educação I e II nas Faculdades Oswaldo Cruz, em São Paulo, para os cursos de Pedagogia. Concomitantemente, lecionou na PUC-SP as disciplinas: Estrutura e Funcionamento do Ensino e Administração Escolar. Ocupou alguns cargos de direção e coordenou projetos especiais de intervenção social articulados à formação de discentes e docentes.
Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1986 onde integrou o EDA – Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação, onde ministrou a disciplinas Estrutura e Funcionamento do Ensino de Primeiro e Segundo Graus e na Pós-Graduação, a disciplina Administração Escolar, Democracia e Participação. Participou de comissões, tais como: Biblioteca, apresentando à FAPESP um projeto ligado ao programa FAP-Livros, obtendo por volta de 2500 livros para o acervo; Comissão Cultural; Comissão de Pessoal; Projeto de Formação Continuada de Coordenadores Pedagógicos da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo; Projeto de Formação Continuada de Diretores e Supervisores de Ensino da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Diretor da Escola de Aplicação. Aposentou-se, por tempo de trabalho, em 1998, tendo em vista a situação previdenciária que se apresentava no momento. Continuou prestando alguns serviços à FEUSP, quando solicitado, a título de colaboração.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, todo o tempo em que atuou como docente. Considerou esse período como gratificante e marcante para sua vida pessoal e profissional. Pode vivenciar a oportunidade de um trabalho sério e comprometido com a melhoria da educação nacional, tanto pública quanto privada, mediante a formação de docentes e de especialistas, bem como, tendo como pauta de estudo e trabalho os problemas educacionais com significado coletivo relevante.
Após sua aposentadoria desenvolveu trabalhos em instituições significativas do ambiente educacional paulista, de modo especial em programas de pós-graduação em educação e em cargos de direção, em instituições privadas e em órgãos públicos.
Publicou livros e artigos na área de educação e administração educacional.
Deixou registrado um fato ocorrido por volta do segundo ano do curso de licenciatura em pedagogia, quando, enquanto educando, tinha que optar por algumas habilitações. Nas palavras do biografado: O que significava, na prática, tomar uma direção rumo à administração escolar, à supervisão escolar ou à orientação educacional.
Estávamos, toda a turma do segundo ano noturno, em uma ampla sala, e alguns professores, que não conhecíamos ainda, apresentavam as características de cada futura área. Durante esta apresentação, um dos docentes disse: “façam a escolha que fizerem, façam com base naquilo que mais gostem, naquilo com o que mais se identifiquem”.
Houve um murmúrio entre nós estudantes e uma divisão nos comentários breves, mas significativos, que trocamos entre nós: alguns diziam – “isso não é assim, temos que escolher o que der mais dinheiro”. Outros diziam: “Se o professor nos passa essa mensagem e parece já ser uma pessoa muito vivida na área, talvez seja mesmo verdade que o critério apresentado por ele seja o mais verdadeiro”. Eu decidi acreditar no que dizia o professor. Hoje posso testemunhar que ele falava a verdade.

Memória do Corpo Docente – Isabel Gretel María Eres Fernández

ISABEL GRETEL MARÍA ERES FERNÁNDEZ

(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” no ano de 2021.)


Isabel Gretel María Eres Fernández nasceu em Cartagena, Murcia, Espanha.
Em 1986 formou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1992 concluiu seu Mestrado e em 1998 Doutorado em Educação pela Faculdade de Educação (FEUSP). Possui Pós-Doutorado na área de Formação de Professores de Espanhol, pela mesma instituição.
Trabalhou na área de secretariado, por 13 anos; como professora de Português no Ensino Fundamental II e Língua Espanhola no Ensino Fundamental I e II, em cursos livres (institutos de idiomas), cursos superiores (faculdade particular – curso de Comércio Exterior), em empresas, além de ter dado aulas particulares de espanhol. Também lecionou português para estrangeiros em empresas e em um curso mantido pela Coseas-USP, para estudantes estrangeiros.
Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1988 onde integrou o EDM – Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada, ministrando as disciplinas: EDM 407 Metodologia do Ensino de Francês I; EDM 408 Metodologia do Ensino de Francês II; EDM 437 Metodologia do Ensino de Italiano I; EDM 438 Metodologia do Ensino de Italiano II; EDM 439 Metodologia do Ensino de Espanhol I; EDM 440 Metodologia do Ensino de Espanhol II, além de ser membro de Comissão responsável pela disciplina Estudo de Problemas Brasileiros, vinculada ao curso de Pedagogia (1990) e na Pós-Graduação as disciplinas: EDM 5025 A formação de professores e o ensino de espanhol a lusofalantes: dificuldades e especificidades (1999 a 2006) e EDM 5078 – Aspectos teóricos e práticos da formação de professores de Línguas Estrangeiras (2007 a 2012). Atuou na supervisão de estágios de observação e da coordenação, organização, orientação e acompanhamento de minicursos de línguas estrangeiras (espanhol, francês e italiano) oferecidos à comunidade interna e externa.
Coordenou o Laboratório de Leitura ; Elaborou, aplicou e corrigiu os exames de proficiência em língua espanhola para a Pós-Graduação; foi Membro da comissão de seleção da Pós-Graduação; Membro da Comissão Interdepartamental de Acompanhamento dos Professores da Rede Pública como Alunos Especiais da FEUSP, posteriormente, Presidente; Vice-coordenadora e coordenadora da área de Metodologia de Ensino (Graduação); Vice-coordenadora e coordenadora da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação (Pós-Graduação); Membro de Comissão de revalidação de diplomas estrangeiros (graduação e pós-graduação); Membro da comissão de Publicações; Presidente da Editoria de Publicações Internas da FEUSP; Suplente do representante dos professores doutores no Conselho departamental (EDM); Representante dos doutores no Conselho departamental (EDM); Coordenadora dos minicursos de línguas; Coordenadora geral do Cepel; Membro do Conselho do Cepel; Coordenadora de Pesquisas do Cepel; Coordenadora Pedagógica do Cepel; Suplente do representante do EDM na Comissão de Pesquisa da FEUSP e Membro da Comissão de Acompanhamento do exame de línguas.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, o momento do ingresso como docente. O concurso de efetivação, pois, nas palavras da biografada, a precariedade contratual era, sem dúvida, um desrespeito à profissão.
Destacou ainda, em especial, o contato com os alunos, o privilégio de fazer parte da formação docente. Ainda hoje mantém contato constante com muitos deles e sente grande alegria ao saber que estão no magistério, lutando todos os dias pela valorização da profissão e da educação. Esses eternos alunos, espalhados pelo Brasil e alguns também no exterior, realizam um trabalho importantíssimo de difusão do espanhol, do francês, do italiano e de suas culturas. Há também aqueles que se dedicam, com primor, ao ensino do Português como língua estrangeira, em especial nas fronteiras brasileiras.
Os momentos que nunca esqueceu de sua passagem pela FEUSP foram os que esteve em sala de aula, com seus alunos.
Também registrou que “A vida acadêmica jamais deveria ser resumida e muito menos mensurada pelo Lattes”.