Memória do Corpo Docente – Jair Militão da Silva

JAIR MILITÃO DA SILVA


(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” no ano de 2021.)


Jair Militão da Silva nasceu em 05 de outubro de 1949, em São Paulo, Capital.
Formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), com habilitação em Administração Escolar e Inspeção Escolar.
Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1983 concluiu o Mestrado em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em 1989 doutorou-se em Educação pela FEUSP. Livre-docente pela FEUSP (1995).
Trabalhou na área de atenção a adolescentes considerados com problema de conduta antissocial. Lecionou as disciplinas: Introdução à Filosofia e Filosofia da Educação I e II nas Faculdades Oswaldo Cruz, em São Paulo, para os cursos de Pedagogia. Concomitantemente, lecionou na PUC-SP as disciplinas: Estrutura e Funcionamento do Ensino e Administração Escolar. Ocupou alguns cargos de direção e coordenou projetos especiais de intervenção social articulados à formação de discentes e docentes.
Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1986 onde integrou o EDA – Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação, onde ministrou a disciplinas Estrutura e Funcionamento do Ensino de Primeiro e Segundo Graus e na Pós-Graduação, a disciplina Administração Escolar, Democracia e Participação. Participou de comissões, tais como: Biblioteca, apresentando à FAPESP um projeto ligado ao programa FAP-Livros, obtendo por volta de 2500 livros para o acervo; Comissão Cultural; Comissão de Pessoal; Projeto de Formação Continuada de Coordenadores Pedagógicos da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo; Projeto de Formação Continuada de Diretores e Supervisores de Ensino da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Diretor da Escola de Aplicação. Aposentou-se, por tempo de trabalho, em 1998, tendo em vista a situação previdenciária que se apresentava no momento. Continuou prestando alguns serviços à FEUSP, quando solicitado, a título de colaboração.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, todo o tempo em que atuou como docente. Considerou esse período como gratificante e marcante para sua vida pessoal e profissional. Pode vivenciar a oportunidade de um trabalho sério e comprometido com a melhoria da educação nacional, tanto pública quanto privada, mediante a formação de docentes e de especialistas, bem como, tendo como pauta de estudo e trabalho os problemas educacionais com significado coletivo relevante.
Após sua aposentadoria desenvolveu trabalhos em instituições significativas do ambiente educacional paulista, de modo especial em programas de pós-graduação em educação e em cargos de direção, em instituições privadas e em órgãos públicos.
Publicou livros e artigos na área de educação e administração educacional.
Deixou registrado um fato ocorrido por volta do segundo ano do curso de licenciatura em pedagogia, quando, enquanto educando, tinha que optar por algumas habilitações. Nas palavras do biografado: O que significava, na prática, tomar uma direção rumo à administração escolar, à supervisão escolar ou à orientação educacional.
Estávamos, toda a turma do segundo ano noturno, em uma ampla sala, e alguns professores, que não conhecíamos ainda, apresentavam as características de cada futura área. Durante esta apresentação, um dos docentes disse: “façam a escolha que fizerem, façam com base naquilo que mais gostem, naquilo com o que mais se identifiquem”.
Houve um murmúrio entre nós estudantes e uma divisão nos comentários breves, mas significativos, que trocamos entre nós: alguns diziam – “isso não é assim, temos que escolher o que der mais dinheiro”. Outros diziam: “Se o professor nos passa essa mensagem e parece já ser uma pessoa muito vivida na área, talvez seja mesmo verdade que o critério apresentado por ele seja o mais verdadeiro”. Eu decidi acreditar no que dizia o professor. Hoje posso testemunhar que ele falava a verdade.