Memória do Corpo Docente – José Augusto Dias

JOSÉ AUGUSTO DIAS


(Minibiografia baseada em informações contidas na tese de doutorado de Fabiana Aparecida Arf.)


José Augusto Dias foi docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), integrando o EDA – Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação. Teve como principais influências o Professor José Querino Ribeiro, quando atuou na extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (atual FFLCH) da Universidade de São Paulo. Exerceu a função de chefe do EDA em 1980.
Em entrevista à Fabiana Aparecida Arf em sua tese de doutorado pela UNESP/Marília, intitulada “Carlos Correa Mascaro e Moysés Brejon: Contribuições dos Assistentes de Cátedra de José Querino Ribeiro para a Administração Escolar No Brasil”, José Dias afirmou: “Quando eu cheguei à Cadeira de Administração Escolar havia, então, três professores: o catedrático José Querino Ribeiro e os dois assistentes Carlos Correa Mascaro e Moysés Brejon. Eu estava, naquela época, trabalhando na própria Universidade, porque eu era diretor do Colégio de Aplicação da Universidade. Lá, então, eu tive uma convivência mais próxima com o próprio professor Querino, que tinha participação no Conselho Deliberativo do Colégio de Aplicação. Depois de algum tempo que eu estava no Colégio fui convidado para trabalhar na Cadeira e deixei as minhas atividades de diretor de escola para ser professor. A primeira tarefa que me foi atribuída pelo professor Querino era a de fazer os seminários das aulas dele: ele dava as suas aulas e depois os seminários ficavam por minha conta. Então, começou daí a minha convivência com os três. Os três, no ano em que o Collor tomou posse, em 1990, em fevereiro morreu o Mascaro, em março morreu o Brejon e em abril morreu o Querino, os três em seguida, um fato que ficou marcante para mim. A minha convivência com eles foi muito importante, principalmente com o professor Querino e, também, com o professor Mascaro. Com o Brejon eu já tive uma convivência um pouco mais distante, mas o Querino foi decisivo na minha carreira, foi meu orientador de Doutorado… Eu devo muito ao Mascaro, também, porque ele tomava iniciativa e delegava. No caso do I Simpósio de Administração Escolar, na criação da ANPAE, foi iniciativa do Mascaro que acabou ficando no nome do Querino porque ele era assistente do Querino, e ele tomava outras iniciativas e, então, me chamou para fazer as tarefas. Uma delas, por exemplo, foi a de fazer uma viagem para os Estados Unidos acompanhando o Reitor e professores da Universidade de Brasília. O Laerte Ramos de Carvalho, que era o Reitor da Universidade de Brasília, tinha uma viagem a fazer com seus professores e o Mascaro me pôs no meio.
Ele disse: “Você vai também e a sua tarefa lá vai ser a de entrar em contato com o Andrew Halpin.” Porque o Halpin, não sei se você conhece de nome, foi um professor de Psicologia da Educação e ele estava para vir ao Brasil. O Mascaro tinha entrado em contato com ele e queria que ele viesse e falou: “Você vai lá com o Laerte, vai lá procurar o Halpin e, então, acerta com ele a vinda dele para o Brasil.” Então, uma das primeiras viagens internacionais que eu fiz foi por indicação do professor Mascaro. Ele me pôs, por exemplo, na primeira comissão que estava estudando a reforma do ensino, que resultou na Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus, criação do Ensino de 1º e 2º Graus e eu ia para o Rio de Janeiro participar das reuniões lá. Naquela época, ainda, quem comandava era aquele padre conhecido e depois passou para o Valnir Chagas e com ele é que veio, efetivamente, a reforma do ensino. E, assim, eu devo muito da minha carreira em primeiro lugar ao professor Querino, que foi meu orientador, e ao professor Mascaro porque ele criou uma série de oportunidades que resultavam até em viagens. Eu fui, por exemplo, coordenador de um curso da OEA que havia, na época, no CRPE – Centro Regional de Pesquisa, mas depois passou para a própria Faculdade. Então eu fui, por indicação do Mascaro, coordenador desse curso de Supervisor e Administrador da Educação para a América Latina. Enfim, uma série de oportunidades muito importantes para minha carreira eu devo ao professor Mascaro. Trabalhei junto com o professor Brejon, mas minha dívida maior é com o professor Querino e o professor Mascaro.”