Memória do Corpo Docente – Maria do Rosário Silveira Porto

MARIA DO ROSÁRIO SILVEIRA PORTO

(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” no ano de 2021.)


Maria do Rosário Silveira Porto nasceu em 16 de novembro de 1943 em Itapetininga, Estado de São Paulo.
Em 1975 formou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) e em 1978 graduou-se em Pedagogia pela Faculdade de Educação (FE) da USP. Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1985 concluiu seu Mestrado e em 1993 o Doutorado, ambos em Educação pela FEUSP.
Trabalhou, a partir de 1962, em escolas primárias públicas da periferia da cidade de São Paulo, como professora substituta, inclusive multisseriadas de 1º a 4º ano, transferindo-se paulatinamente para escolas em regiões centrais. Em 1971, efetivou-se no antigo primário do sistema público estadual de ensino e em 1975, efetivou-se como professora III de português (de 1º e 2º graus), também do ensino público estadual.
Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1980, como Auxiliar de Ensino contratada, no EDA – Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação. Foi efetivada na FEUSP em 27 de setembro de 1993, mediante concurso público de provas e títulos. Ministrando as disciplinas: Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º Graus (posteriormente denominada POEB); Cultura Escolar; Direção de Unidade Escolar e Legislação. Na Pós-graduação: Cultura, Organização e Educação; Gestão de Organizações Educativas e Imaginário e Cultura das Organizações Educativas. Participou dos projetos de pesquisa: Criação do Centro de Vivência da Escola de Aplicação da FEUSP (1998 a 1999) e Projeto UNIR – Agricultura, Educação e Saúde (1995 e 1998). Também participou de inúmeros Congresso, Encontros, Seminários e Mesas-redondas, proferindo conferências e palestras; de cursos de extensão e de aperfeiçoamento; de bancas de qualificação de mestrado e de doutorado; de publicações de artigos, pareceres e prefácios de livros. Em parceria com Maria Cecília Sanchez Teixeira, organizaram e participaram de um Curso de Especialização para diretores de escola da Rede Municipal de Educação de Guarulhos, em 2007. Também participou de um curso de aperfeiçoamento para Coordenadores Pedagógicos da Rede Municipal de Educação de São Paulo, coordenado pela Profa. Selma Garrido Pimenta, de 1995 a 1996. Chefiou o EDA por dois mandatos, de 1997 a 2001. Aposentou-se em 2003. Permaneceu como professora colaboradora da Pós-graduação até 2013, continuando com as atividades do CICE, as aulas na Pós-Graduação e com as orientações até 2013.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, a criação de um grupo de estudos, no início dos anos 90, sobre cultura e imaginário que, posteriormente, daria origem ao Centro de Estudos do Imaginário, Cultura e Educação (CICE/EDA/FEUSP), criado em 1990, e à citada Área Temática da Pós-Graduação “Cultura, Organização e Educação”, que abrigava pesquisas que investigavam a cultura concebida como sistemas simbólicos e práticas sociais, entendidas essas como práticas simbólico-educativas. Liderou as atividades do CICE, juntamente com José Carlos de Paula Carvalho; Maria Cecília Sanchez Teixeira e Helenir Suano. O grupo funcionava como um coletivo, influenciado pelo espírito democrático do EDA, nas palavras da biografada. O que caracterizava as pesquisas e estudos realizados pelo CICE era o fato de possuírem um solo paradigmático comum – a “Escola de Grenoble” -, de cujas raízes se nutre a Teoria do Imaginário de Gilbert Durand e a partir do qual eram desenvolvidas temáticas diversas, de acordo com o olhar e a escuta específicos de cada pesquisador. O CICE foi institucionalizado em 1994, junto ao EDA e à Área Temática “Cultura, Organização e Educação” da Pós-Graduação. Ainda deu origem ao Laboratório Experimental de Arte-Educação & Cultura (LAB-ARTE), coordenado por Marcos Ferreira Santos e Rogério de Almeida, bem como ao Grupo de Estudos sobre Itinerários de Formação em Educação e Cultura (GEIFEC), criado por Rogério de Almeida.
Destacou ainda a aprovação e financiamento pelo CNPq de três projetos integrados, na década de 90: O imaginário de alunos da escola de 1º e 2º Graus
(1991-1994). Deste projeto resultaram 3 teses de doutorado (de Maria do Rosário Silveira Porto, de Sueli Aparecida Itman Monteiro e de Helenir Suano), uma de livre-docência (de Maria Cecília Sanchez Teixeira) e uma de titulação (de José Carlos de Paula Carvalho); O imaginário de educadores de escolas públicas de 1º e 2º Graus (1994-1995) e Imaginário e Ideário Pedagógico: um estudo mitocrítico e mitanálitico do projeto de formação do pedagogo na FEUSP (1995 -1997). Os resultados foram publicados no livro: Imaginário e Ideário Pedagógico: um estudo mitocrítico e mitanalítico do projeto de formação do pedagogo na FEUSP (1998).
Também registrou que desenvolveu com alunos da graduação, da pós-graduação e demais interessados o G.E. Razão Sensível, que funcionou durante alguns anos ao fim da década de 90.

Atualmente, coordena na FEUSP, o Grupo de Estudos “Mitos e Imaginário”.