VI Mostra de Estágios discute a importância da parceria entre estagiária e professora*

Mesa de abertura da VI Mostra de Estágios FEUSP.

Nos dias 10 e 11 de março foi realizada a VI Mostra de Estágios FEUSP, evento organizado anualmente pelas educadoras do Programa de Formação de Professores da FEUSP, que tem como objetivo contribuir para a discussão e reflexão sobre os estágios a partir das experiências das estudantes. Compartilhar experiências de estágio na Mostra, além de proporcionar a troca com estudantes das licenciaturas, docentes da universidade, professoras e demais profissionais das redes de ensino, é uma oportunidade de evidenciar o potencial formativo dos estágios, especialmente para aquelas que estão iniciando a licenciatura.

Em sua sexta edição, a Mostra contou com três mesas e teve a participação de professoras das redes estadual e municipal que supervisionaram estágios realizados em 2019. Em suas falas, elas destacaram que a presença da estagiária na sala de aula contribui para que a professora saia de uma “zona de conforto” e apontaram a necessidade de que a estudante não seja mera espectadora. As estudantes, por sua vez, também reforçaram que a experiência do estágio é mais proveitosa quando podem colaborar com as professoras. Considerando que há propostas de estágios que preveem regência e outras somente observação, o debate se deu no sentido de que as estudantes tenham uma postura ativa durante o estágio, aproveitando a oportunidade de aprender com um par experiente.

Plateia aprecia apresentação de estudantes.

A professora Biancha Angelucci, docente da FEUSP que foi debatedora em uma das mesas da VI Mostra, destacou o estágio como experiência ética que deve ter como base a aproximação e o emparceiramento entre professora e estagiária. Para a docente, o estágio permite ressignificar a posição da estudante de licenciatura, sendo uma oportunidade para que a estudante se coloque como colega da professora, não cabendo julgamento da prática observada. Nesse sentido, vale destacar as falas do professor Filipe Gonçalves e da professora Nivea Roberta Alonso, docentes em escolas que participam do Projeto Escolas Campo: Formação em Diálogo**, que afirmaram que a preparação para o estágio no Projeto resulta em um cuidado com a atividade docente, o que, no caso da professora Nivea, modificou sua percepção sobre o acolhimento e parceria com estagiárias. Ainda sobre a importância da relação que se estabelece nesse momento da formação inicial, o professor Helton Martinez, que supervisionou um estágio de metodologia de ensino na escola estadual em que trabalha, lembrou que quando estagiário ele acreditava ser possível revolucionar individualmente a educação, e refletiu que a experiência traz a compreensão de que existe uma estrutura que delimita as ações dos sujeitos. Além disso, para o professor, a estagiária  é alguém que pode arejar a disciplina e tornar-se uma importante parceira nas discussões e planejamento, algo relevante para quem atua em uma estrutura que conta com poucos espaços de interlocução entre as professoras.  

Estudante relata sua experiência na VI Mostra de Estágios FEUSP.

O professor Elio Ricardo, docente da FEUSP que também foi debatedor em uma das mesas, reforçou o estágio como uma das etapas mais importantes na formação das licenciandas. Nessa perspectiva, as apresentações das estudantes destacaram o potencial do estágio como oportunidade de experimentação devido à liberdade para aprender com os erros e reformular a prática. Em suas falas, trouxeram elementos como: a importância do planejamento e da avaliação com as professoras supervisoras como uma forma de se sentirem mais seguras e confortáveis com a situação de sala de aula; a compreensão de que o planejamento não se encerra mesmo com o final das atividades e a importância de um estágio contextualizado, que não seja alienado à organização e funcionamento da escola.

Por fim, o professor Elio concluiu que a Mostra de Estágios deveria estar entre os eventos mais importantes da FEUSP. A riqueza das experiências e reflexões compartilhadas em cada uma das edições da Mostra nos impele a concordar com ele.

* Consideramos legítimas as diversas formas de escrita que visam à inclusão na expressão formal da língua, mas como o uso de arroba e outras formas de inclusão de gênero (por exemplo: todEs, estagiáriXs, os/as) dificultam a leitura dos softwares voltados a pessoas com deficiência visual utilizaremos a linguagem convencional no feminino. 

** https://www4.fe.usp.br/estagios/projeto-escolas-campo-formacao-em-dialogo

Texto: Educadoras do Programa de Formação FEUSP

Fotos: Gislaine Oliveira

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