(Re)educação para as Relações Étnico-Raciais: formação em diálogo

No dia 16 de maio de 2025, as educadoras do Programa de Formação de Professoras e Professores (PFP) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), juntamente com o Profº Dr. Rosenilton Silva de Oliveira, docente da FEUSP, visitaram a Escola Estadual Dr. Luís Arrôbas Martins para uma atividade de formação. Partindo de momentos de diálogo com a equipe gestora e docentes da unidade escolar, foi organizada uma ação formativa na escola que tratasse do tema Educação para as Relações Étnico-Raciais. Essa ação corresponde a uma das possibilidades de articulação entre o PFP e as escolas parceiras. A relação de parceria com a EE Arrôbas teve início em 2015, com as primeiras reuniões entre educadoras PFP e equipe gestora para organizar o acolhimento e recepção de estagiárias da FEUSP.

 

Para abordar o tema proposto, foi convidado o professor Rosenilton de Oliveira, que, dentre outras atividades, é responsável por ministrar a disciplina Cultura e Educação Afro-brasileira e Indígena no curso de Licenciatura em Pedagogia da FEUSP e coordena o grupo Fateliku – grupo de pesquisa sobre educação, relações étnico-raciais, gênero e religião.

A atividade ocorreu no horário de trabalho coletivo das professoras, com a presença da equipe gestora e de todas as professoras da unidade. Após a rodada de apresentações, o professor Rosenilton iniciou a atividade afirmando que todas nós fomos educadas para as relações étnico-raciais, mesmo que não consigamos identificar como, onde e quando esse aprendizado ocorreu. Assim, considerando que vivemos em uma sociedade racista, é preciso nos (re)educarmos.

Em seguida, o professor explorou o conceito de marcadores sociais da diferença – cor/raça, gênero/sexualidade, religião e classe –, demonstrando como os marcadores são categorias de classificação, que criam um sistema de aproximações e distanciamentos com base em marcas que, na maioria das vezes, não sabemos onde e quando aprendemos.

Argumentou ser  importante que as profissionais da educação saibam reconhecer os marcadores sociais da diferença, como os que, por exemplo, se relacionam ao pertencimento racial e/ou de classe, identificando as ações cotidianas que podem ser geradoras de desigualdades no ambiente escolar. Por fim, foram reforçados os princípios da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER): reconhecer, valorizar e reparar, destacando que o enfrentamento ao racismo deve ser realizado coletivamente.

Ao final, houve um momento de troca entre as participantes e a sugestão, por parte da equipe escolar, de um novo encontro para dar continuidade à discussão, explorando outros aspectos da ERER, como as leis 10.639, de 2003 e 11.645 de 2008, que tratam da obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.

 

Texto: Anna Razvickas e Marina Capusso

Fotos: Jany Elizabeth Pereira e Marina Capusso