Na cabeça de muita gente, o museu é um local onde vamos somente para visitar exposições de obras de artes ou observar objetos históricos. Entretanto, ele não é somente isso. Além de todas suas atividades típicas, muito conhecimento e materiais de educação são produzidos dentro deles.
E quem procurou evidenciar isso foi o Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Não Formal da Universidade de São Paulo (GEENF/USP), que coleta esse material desde 2002. Em busca de compartilhar suas experiências de produção, análise e investigação de materiais educativos, os professores responsáveis publicaram o livro “A educação em museus e os materiais educativos”.
Mas afinal, quais são esses materiais estudados? Dentre esses produtos educacionais, é possível citar cadernos, guias, folders, livros, materiais eletrônicos, audiovisuais, aplicativos e objetos virtuais com textos e atividades que aprofundam conteúdos relacionados às exposições. E ainda réplicas ou modelos que “imitam” as obras.
De acordo com informações do próprio livro, uma das motivações para a escrita do material foi para valorizar o trabalho de educadores e educadoras que atuam no cotidiano das ações educativas. Para uma das autoras, a pesquisadora Martha Marandino, cada vez mais vem se percebendo a importância dessa produção genuína dentro dos museus, principalmente pelos setores educativos, “acumulamos esses materiais e mais recentemente alguns pesquisadores do grupo se interessaram por esse tema e em fazer uma análise, digamos, mais acadêmica do assunto”.
O livro possui dois eixos importantes. O primeiro, é dar evidência para os materiais produzidos no museu. O segundo, dar empoderamento ao educador do museu. “É preciso dar a relevância profissional ao educador de museu, não só como aquele que organiza as exposições, mas também como aquele que produz educação”, frisa Marandino.
Como aponta o livro, os museus são locais propícios para motivar, desenvolver atividades e estabelecer diálogos e interações entre grupos. Por esta razão, os museus dedicados a ciências naturais, os jardins botânicos, entre outros espaços, possuem importante valor pedagógico, proporcionando momentos de deleite, lazer e aprendizado, ao tornar as informações mais acessíveis aos diferentes públicos.
Interatividade
A professora Marandino comenta, que no decorrer da escrita do livro, lhe ocorreu a ideia de tornar a leitura mais interativa. Segundo ela, já que estavam produzindo um livro sobre material educativo, por que não trazer um desses materiais para dentro do livro? Optaram por elaborar uma história voltada para o público infantojuvenil a partir de um material que o GEENF já havia produzido em outra ocasião: o Diorama intitulado “O curioso caso do sapo da caatinga”. A história, como o mesmo nome, conta o curioso modo de vida deste sapo.
“Então chegamos na história do sapo da caatinga, que achamos interessante do ponto de vista científico, já que a história conta que ele fica enterrado no período de seca e só sai quando chove”, explica a professora.
Em formato de encarte, o leitor poderá construir a história do sapo, levantando hipóteses sobre a vida dos sapos, por meio de discussões. De acordo com informações do próprio livro, a história poderá ainda ser usada em diversos contextos: na sala de aula da educação infantil e do ensino fundamental, em espaços não formais de educação, como museus e centros de cultura e mesmo em casa, junto à família.
O download do livro em pdf (gratuito) pode ser feito aqui.