A trajetória dos museus de ciências vem se dando a partir de sobreposições e tensões, relacionadas às várias formas de conhecimento e às relações de poder entre territórios, atores e instituições envolvidas. No que se refere a biodiversidade, sua presença nos museus já se faz notar nos Gabinetes de Curiosidades desde o século XVI e em outros espaços sociais a partir do desenvolvimento do hábito de criá-los vivos em cativeiro. Aos poucos, a ênfase na curiosidade e no exótico que fundamentava a existência dos museus é substituída pelas preocupações científicas e esses locais se tornam espaço do fazer científico. Também se intensificam as preocupações de educação e suas museografias se modificam em direção da compreensão do público. Atualmente, os museus de ciências são provocados a pensar em novas formas de produzir e divulgar as ciências naturais, já que a ausência ou pouca presença dos conhecimentos de grupos culturais tradicionais e povos originários vem sendo reivindicados. Cabe assim questionar se o sequestro dos saberes e a negação da pluralidade epistemológica do conhecimento sobre o mundo natural está presente hoje nas exposições dos museus de ciências. Assim, este evento apresenta alguns do resultados iniciais do projeto de pesquisa financiado pela FAPESP, com o objetivo estudar se e como algumas das exposições de museus de ciências naturais vêm estabelecendo o diálogo entre os diferentes conhecimentos e formas de compreender e se relacionar com a biodiversidade.

Alunos de Graduação
Alunos de Pós-Graduação
Educadores de museus

23/03/2023 - 14:00 às 16:30

Martha Marandino - EDM
Maria Paula Meneses - Centro de Estudos Sociais/CES da Universidade de Coimbra