Notas de pesar sobre o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro

Nota do Centro de Memória da Educação/CME

O incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro ocorre justamente no ano de aniversário de 200 anos desse primeiro museu criado em terra brasilis por Dom João VI. O antigo museu Real era um museu de caráter metropolitano e reuniu coleções provenientes dos diversos domínios de Portugal. Desse modo, não estão sendo destruídas apenas coleções botânicas, zoológicas, paleontológicas, arqueológicas, etnográficas, entre outras, formadas a partir de coletas feitas no território brasileiro e reunidas ao longo de dois séculos. Entre o acervo do museu, há coleções egípcias, etruscas e africanas, reunidas pela família Real portuguesa no período colonial e do Império. Como afirma uma das notas de pesar que recebemos, divulgada por colegas do Programa de Pós-Graduação em Patrimônio e Museologia da UF do Rio Grande do Sul, “é um patrimônio do mundo que desaparece sob nossos olhos. São 200 anos de história sob as chamas”.

Sabemos que os responsáveis por esta tragédia são aqueles que estão sucateando a educação pública, a ciência e tecnologia brasileiras, que congelaram os gastos públicos, que restringem o financiamento à educação, cultura, e serviços públicos à população brasileira.

Nós – funcionários, professores e pesquisadores do CME FEUSP – manifestamos nosso repúdio à situação de descaso e irresponsabilidade governamentais e estendemos nossa solidariedade aos profissionais do Museu Nacional e da Museologia brasileira, nesse grave momento de tristeza.

Nota da Sociedade de Arqueologia Brasileira sobre incêndio no Museu Nacional