Memória do Corpo Docente – Silvia de Mattos Gasparian Colello

SILVIA DE MATTOS GASPARIAN COLELLO


(Minibiografia baseada em entrevista concedida ao projeto “Registro histórico por meio de relatos biográficos de docentes aposentados: valorizando e reconstruindo a história da FEUSP” no ano de 2021.)


Silvia de Mattos Gasparian Colello nasceu em 10 de janeiro de 1959, na capital de São Paulo.
Em 1981 formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Educação (FE) da Universidade de São Paulo. Prosseguindo sua formação acadêmica, em 1990 concluiu seu Mestrado e em 1997 Doutorado, ambos em Educação, pela FEUSP. Possui Livre Docência pela FEUSP (2015).
Trabalhou por dois anos como professora de Educação Infantil e por um ano e meio, como auxiliar de Orientação Educacional do Ensino Fundamental II, enquanto fazia faculdade. Depois de formada, como docente de Ensino Fundamental por 6 meses (fev-julho/1982).
Iniciou sua atuação docente na Faculdade de Educação (FEUSP) em 1982, com apenas 23 anos, onde integrou o EDF – Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação, ministrando as disciplinas, na Pedagogia: Filosofia da Educação; Métodos e Técnicas de Pesquisa Pedagógica; História de Educação Medieval; História da Educação Medieval e Renascentista; Orientação Educacional I; Orientação Educacional II; Coordenação do Trabalho na Escola I; Coordenação do Trabalho na Escola II; Psicologia do desenvolvimento e aprendizagem e suas implicações na escola; O corpo na escola (optativa não tenho certeza do nome oficial) ; Língua escrita no Ensino Fundamental: das letras aos textos (optativa) e Leitura, Escrita, Valores em Educação (optativa). Na Licenciatura: Introdução aos Estudos da Educação; Psicologia da Educação; Psicologia de Educação, Desenvolvimento e Práticas Escolares; Práticas Escolares, Diversidade, Subjetividade; Práticas Escolares e Discursos psicológicos: perspectivas críticas e Práticas Pedagógicas e Relações na Escola: desenvolvimento, conhecimento e mudanças. Na Pós-Graduação: Língua escrita: concepções, processos cognitivos e implicações pedagógicas; Novas Arquiteturas Pedagógicas e Identidades Profissionais Docentes: representações, saberes e práticas. Aposentou-se em 2017 como professora regular e, a partir de 2018, atua na condição de Professora Sênior da Pós-Graduação.
Destacou como momentos mais marcantes, durante sua atuação na FEUSP, a escolha do nome do Centro Acadêmico Paulo Freire; os concursos de doutorado e de livre-docência de vários colegas, na época cada título era comemorado como uma conquista da instituição; as reformas do currículo, em especial da extinção das Habilitações, marcadas por acirrados debates sobre o que deveria ser a formação do educador (especialista ou generalista) e do prédio frontal da FEUSP, estruturalmente ameaçado, e de sua inevitável demolição, o que obrigou os professores a se distribuírem precariamente em espaços improvisados na Faculdade. A construção do novo prédio (atual Bloco A) foi, por esse motivo, vista como uma grande conquista, assim como o prédio da Biblioteca que, em função do solo pantanoso, também teve uma história conturbada.
No plano pessoal, destacou ainda, as seguintes datas marcantes: Ingresso como aluna na FEUSP (1978); Formatura em Pedagogia (1981); Ingresso no Mestrado (1982); Ingresso como docente na FEUSP (1982); Defesa de Mestrado (1990); Ingresso no Doutorado (1991); Publicação do 1º livro – “Alfabetização em Questão”, 1ª edição Graal (1995), 2ª edição Paz e Terra (2004); Defesa de Doutorado (1997); Menção honrosa como orientadora no concurso CAPES de teses (2011); Publicação do 2º livro – “A escola que (não) ensina a escrever”, Paz e Terra (2007) e Summus (2012); Publicação do 3º livro “Alfabetização e letramento: pontos e contrapontos, Summus 1ª edição 2010/ 2ª edição (2010); Organização do livro “Textos em contextos”, Summus, 1ª edição (2010), 2ª edição (2011); Concurso de livre-docência: 2015; 2º lugar no Concurso de Games Educativos, Portal Educa (2016); Publicação do 4º livro – “A escola e a produção tecnológica: práticas interativas e tecnológicas”, Summus (2017); Homenagem à vida e à obra de Silvia Colello – Cemoroc (2018); Concurso da UNESCO para Consultoria na SME/SP (2018); Prêmio Cemoroc pelo Apoio à Escola Pública (2019) e Publicação do 5º livro – “Alfabetização: o quê, por quê e como”, Summus (2021).
Também registrou que em 1982, o Brasil ainda não tinha um corpo de doutores suficientemente amplo para sustentar a demanda das universidades públicas. Por isso, era comum contratos na categoria de “auxiliares de ensino”, pessoas com pós-graduação em curso, mas que, na prática, assumiram todas as responsabilidades docentes, como foi o seu caso. Nas palavras da biografada: “Se, por um lado, esse tipo de contratação tinha o risco de colocar em sala de aula profissionais menos experientes (como era o meu caso), por outro, teve o mérito de investir nos próprios alunos da casa, acreditando neles para a formação do seu quadro de profissionais e de novos pesquisadores. Na prática, transformar esse risco em mérito pessoal foi, para mim, um dos maiores desafios da minha vida. Todo o meu percurso profissional foi marcado pelo ideal de me aprimorar didática e cientificamente a fim de me aproximar dos meus grandes mestres, “pais” da FEUSP ou de outros grandes intelectuais da Educação.”