Formação de professores indígenas e culturas indígenas nas escolas: uma conversa sobre formação docente e o currículo escolar

No dia 31/08, a professora da Universidade Estadual do Pará (UEPA) e doutoranda na FFLCH-USP, Antonia Zelina Negrão de Oliveira, conversou com as professoras e equipe gestora da EMEI Carolina Maria de Jesus, escola que compõe o Projeto Escolas Campo: Formação em Diálogo da FEUSP.

A partir das experiências da UEPA na formação de professores(as) de diferentes comunidades indígenas, conversamos sobre os desafios de uma educação escolar pensada pelos(as) e para os(as) indígenas; a importância de tematizarmos nas escolas os povos originários na sua complexidade, compreendendo a sua diversidade e fugindo de generalizações e do exótico; e os discursos de integração – sempre presentes, mas intensificados na atualidade – que buscam a anulação física e cultural dessas comunidades.

Dentre outras experiências, conhecemos a Licenciatura Intercultural Indígena, criada em 2012 na UEPA, na qual já se formaram 151 professores(as) e o mestrado em Educação Escolar Indígena, cuja primeira turma ingressou em 2019.                  

Ao final da conversa, professoras da escola propuseram um intercâmbio entre crianças indígenas e as crianças da EMEI por meio de cartas, desenhos e vídeos. O currículo da EMEI Carolina Maria de Jesus tem como eixo o trabalho com as relações étnico-raciais e, no segundo semestre do ano letivo, cada turma escolhe um povo indígena sobre o qual se aprofundará, com base em materiais organizados e produzidos pelas professoras.

Essa atividade foi organizada pelas educadoras do Programa de Formação de Professores da FEUSP, como contrapartida às escolas que compartilham com a Faculdade a formação de seus licenciandos, futuros(as) professores(as) da educação básica.

Texto: Marina Capusso

Fotos: Marina Capusso e Thalita Soto Riva