Desde o início da crise sanitária global em decorrência da pandemia de COVID-19, os sistemas educacionais de todo o mundo foram profundamente impactados e as políticas públicas de educação foram atravessadas por problemas e questões que, antes, não ocupavam a prioridade da agenda decisória.
Uma das principais medidas assumidas por governos de todo o mundo – o distanciamento social – instaura uma realidade não prevista para o campo da educação básica: a impossibilidade de manter aulas presenciais, nos prédios escolares. Entre o final de março e início de abril, os dados coletados pelas agências internacionais apontavam que 91% dos estudantes de educação básica em todo o mundo e 95% desses estudantes na América Latina estavam em afastamento escolar, seja com atividades pedagógicas suspensas, seja com a mobilização de estratégias de educação não-presencial.
O Brasil seguiu a tendência mundial. Num primeiro momento, as atividades foram suspensas mediante recurso a diferentes tipos de expedientes político-administrativos: antecipação de recesso escolar, concessão de férias escolares ou simplesmente suspensão de período letivo. Depois, numa segunda fase, a maior parte dos sistemas de ensino públicos e privados adotaram estratégias de ensino/aprendizagem remotas, mediados ou não por tecnologias.
Esse cenário impôs uma série de consequências objetivas e subjetivas na vida dos educandos, dos educadores e de suas famílias. Situações de risco e vulnerabilidade social
foram agravadas, a intensificação do trabalho docente ficou evidente e as desigualdades educacionais – já existentes no cenário pré-pandemia – tornaram-se ainda mais agudas.
Assim, se, por um lado, a pandemia trouxe problemas e questões ‘novos’ para as políticas educacionais, ela também tornou mais dramáticos os desacertos históricos da educação brasileira, fazendo com que lacunas e desafios das escolas e redes se tornassem mais evidentes.
Todavia, a compreensão da realidade educacional como um espaço político, no qual mulheres e homens se envolvem para disputar os horizontes do presente e do futuro também nos permite pensar esse tempo desafiador como um tempo capaz de fazer emergir ‘inéditos-viáveis’ (como nos ensinou Paulo Freire). Encarar esse tempo histórico a partir de uma perspectiva crítico-esperançosa pode permitir à sociedade brasileira a atualização de seu pacto social para a garantia do direito humano à Educação.

Alunos de Graduação
Gestores(as) escolares (diretores de escola, assistentes de direção e coordenadores pedagógicos)
Professores da Educação Básica

Horários e Locais:
03/07/2020 - 14:00 às 17:00 - Outro local fora da FEUSP - Canal da Escola do Parlamento no Facebook: https://www.facebook.com/eparlamento

Iracema Santos do Nascimento - EDA
Prof. Dr. Alexsandro Santos - Escola do Parlamento