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Evento

 
X Colóquio internacional do LEPSI “ Crianças públicas, adultos privados”
V Congresso da RUEPSY – Rede Universitária Internacional em Educação e Psicanálise e
I Congresso Brasileiro da Rede INFEIES
Período: 05/11/2014 a 08/11/2014

Anais do Evento

ISBN: 978-85-60944-61-3
Editor(a): Rinaldo Voltolini

Índice
Título: O cotidiano escolar e a pesquisa IRDI
Autor: Adriana Marcondes Machado
E-mail: adrimarcon@uol.com.br
Instituição: IPUSP
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A investigação de indicadores sobre o desenvolvimento de bebês e crianças em uma instituição educacional nos remete a várias questões produzidas nos atravessamentos que se operam entre a psicologia e a educação, tais como: a presença de um profissional do mundo psi em um cotidiano em que há depositação de saberes nesses profissionais, a expectativa dos pesquisadores de que os professores agissem diferentemente do que ocorria durante a pesquisa, as tensões presentes na pesquisa devido à dissolvência da fronteira entre a produção de conhecimento e a intervenção. O objetivo desse trabalho é ampliar a análise sobre essas questões a partir da participação em alguns encontros do grupo de pesquisa IRDI no Instituto de Psicologia da USP tendo como referência discussões sobre a pesquisa-intervenção.
Título: Paradoxos na formação continuada de professores a partir da psicanálise
Autor: Aline Gasparini Montanheiro
E-mail: aline.montanheiro@usp.br
Instituição: Universidade de São Paulo
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O crescente uso de determinados termos no campo educativo tais como qualidade, eficiência, rendimento, produtividade, competência, metas, entre outros, fez com que pensássemos que algo de uma perspectiva econômico-utilitarista estaria cada vez mais presente quando tratamos da educação escolar hoje, sobretudo no que tange o lugar conferido aos cursos de formação continuada para professores. Sendo assim, pretendemos compreender os sentidos conferidos a eles na atualidade, bem como analisar a relação que os docentes têm estabelecido com os cursos que realizam em exercício. Para isso, realizamos entrevistas com professores que frequentam ou frequentaram cursos de formação continuada e as relacionamos à nossa pesquisa bibliográfica atravessada pela psicanálise.
Título: Limites e alcances da parceria escola-família e seus impactos sobre o desenvolvimento da criança
Autor: Aline Laurenti Anéas
E-mail: alineaneas@me.com
Instituição: Instituto Singularidades
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Nosso objetivo é discutir as continuidades e as descontinuidades entre a família e a escola na tarefa de socialização de crianças, que apresentam problemas de comportamento no âmbito educacional, investigando as explicações acerca da utilização das práticas educativas escolares e familiares e a forma como se expressa a intersecção entre esses sistemas. Para isto, abordaremos três grandes momentos dessas interações. Inicialmente a relação família-criança, que tanto por meio das transmissões entre gerações quanto por meio das atitudes diretas influenciam a vida das crianças e as identificam como seres humanos. Posteriormente, as relações criança-escola, problematizando o que seria a função educativa dos adultos e da escola nessa relação. E, por último, a relação escola-família, resguardando a função educativa da escola e delimitando os objetivos em comum das duas instituições.
Título: “Indagando los efectos subjetivantes de la literatura para niñxs en los actuales escenarios educativos. Viñetas de una experiencia de investigación”., 0
Autor: Ana Bloj
E-mail: anabloj@yahoo.com.ar
Instituição: Facultad de Psicología - Universidad Nacional de Rosario
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Esta investigación se propone indagar los modos en los que la literatura para niños puede adquirir una función subjetivante en el ámbito escolar, es continuidad de una investigación previa iniciada en el año 2007, denominada: “Posibilidades preventivas de la literatura infantil como recurso subjetivante en niños y niñas en situación de vulnerabilidad psicosocial”. Dicha investigación se desarrolló en espacios educativos no formales (ludotecas, parroquias, organizaciones no gubernamentales) y constituyó un enfoque que puede considerarse complementario de la actual propuesta de trabajo dirigida a la educación formal.

La principal problemática que se intenta abordar es la de la precariedad constitutiva y fragilización simbólica de la niñez en la actualidad. El enfoque se centra en una perspectiva preventiva, entendida como práctica social, que conlleva a la constitución de un equipo de trabajo con docentes de Nivel Inicial y Primario. La indagación se realiza desde el modelo metodológico de la investigación–acción, dado que este enfoque rescata el valor intrínseco que posee el conocimiento de la propia práctica y de los modos de interpretar la realidad. Nuestro propósito es analizar los sentidos y significaciones de los docentes de Nivel Inicial y Primario dentro del sistema educativo, con quienes nos proponemos trabajar en forma conjunta.
Título: O “Estranho” Mal-estar
Autor: Ana Maria Moraes Fontes
E-mail: afontesjf@uol.com.br
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora
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Conduzidos  pelo  argumento deste  Colóquio iremos, neste trabalho, discutir a responsabilidade a partir do que aprendemos com a psicanálise, ou seja, se trata na responsabilidade de como o sujeito responde ao se deparar com o real. Não se trata de culpa, mas da resposta do sujeito diante de uma causa. No caminho oposto àquele que que considera responsável por algo, o sujeito que agiu de modo consciente, pensamos a responsabilidade pela via do inconsciente, onde não podemos nos reconhecer. Debruçamo-nos, então, sobre   uma grande pesquisa realizada em torno das condições de trabalho de professores da Educação Básica. Trata-se de um levantamento de livros e teses publicados entre 1998 a 2007 sobre o mal-estar docente, estresse emocional  e Síndrome de Burnout; um relatório de mais 100 páginas  a partir do qual tentamos verificar de que forma é tratado  o mal-estar experimentado pelos professores.
Título: Intervenções clínico-políticas: Grupo de Estratégias em Educação numa escola pública de São Paulo
Autor: Ana Paula Musatti Braga
E-mail: anamusattib@gmail.com
Instituição: Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP
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O Grupo de Estratégias em Educação se constituiu em 2004, numa EMEF, com quatro analistas inicialmente convocadas a auxiliar na inclusão de uma aluna diagnosticada como autista. Tinha como proposta incluir as questões que ela despertava, criando estratégias coletivas que pudessem trazer para dentro da escola, aquilo que geralmente é expulso do ambiente escolar: os ritmos não usuais, os limites do corpo, a angústia de aprender, as incertezas, o erotismo e a morte. Esse trabalho se ampliou criando diversos dispositivos, sempre ancorados na ética psicanalítica e que buscavam uma escuta do que era singular, num espaço grupal. Porque incluíam, enunciavam e denunciavam o modo de subjetivação contemporâneo, produzindo efeitos no campo social e nos sujeitos, que essas intervenções podem ser chamadas de clínico-políticas.
Título: A mãe sempre certa: diferença sexual e vida escolar de adolescentes
Autor: André Soares da Cunha
E-mail: andrescunha@yahoo.com.br
Instituição: UFMG
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Trabalhos de Sociologia sustentam que os meninos apresentam menor rendimento escolar do que as meninas – o que é transversal às classes sociais e às regiões do Brasil.

A partir de pressupostos teóricos e empíricos de viés psicanalítico de orientação lacaniana, este trabalho questiona, para além das questões históricas e sociais ligadas às relações de gênero, a possível relação entre a dissolução do complexo de Édipo – e a consequente distinção sexual – e a formação da dicotomia feminino/sucesso escolar e masculino/fracasso escolar.
Título: A DESAUTORIZAÇÃO DO DISCURSO PATERNO: TRAÇOS HISTÓRICOS, SINTOMAS ATUAIS
Autor: Angela Di Paolo Mota
E-mail: angeladipaolo@usp.br
Instituição: USP
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Desde o começo do século XX,é possível acompanhar um questionamento da autonomia do saber e do poder paternos sobre a criança. Desde as intervenções da pedagogia higienista, tem-se uma valorização do discurso técnico (médico, científico) em detrimento do discurso dos pais. O discurso da educação soma-se no bojo dos discursos técnicos sobre a criança, o que nos permite interrogar: que lugar foi atribuído às relações da criança com seus pais nos dias de hoje? As intervenções médica, higienista e educativa trouxeram que efeitos sobre tais relações? Nesse sentido, pretende-se traçar um breve trajeto histórico sobre a educação infantil no Brasil e analisar alguns casos discutidos em minha pesquisa de doutorado que apresentam o questionamento e a desautorização dos saberes dos pais sobre seus filhos, buscando examinar os efeitos de tal prática nos modos de se relacionar entre pais e filhos.
Título: Padecimento na escola: o sintoma e a subjetividade docente
Autor: Barbara Oliveira Paulino
E-mail: baoliveira@gmail.com
Instituição: UFMG
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Em uma sociedade na qual o padecimento psíquico aponta cada vez mais como uma forma de resposta, tal padecimento na educação é algo que não surpreende. Inserida também na ordem simbólica, e portadora da "missão" de difundir os interesses sociais de uma determinada época e cultura, a educação reproduz, ao mesmo tempo, o discurso partilhado socialmente e sujeitos cada vez mais adoecidos, medicalizados e deprimidos. Suspeitamos, a partir da psicanálise e da pesquisa de mestrado quem vem sendo realizada na Faculdade de Educação da UFMG, que os docentes buscam pela via do sintoma alguma forma de dar conta, ainda que precariamente, da sua posição enquanto educadores. Se alguns professores respondem – não menos sintomaticamente – de forma a construir alternativas, o que nos revelam aqueles que, parafraseando Freud, saem para a doença? O que essas saídas nos revelam sobre a sustentação no laço social?

Financiamento: CNPq
Título: O “Estranho” Mal-estar
Autor: Bianca Wandepol Azevedo
E-mail: biancawandepol@gmail.com
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora
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Conduzidos  pelo  argumento deste  Colóquio iremos, neste trabalho, discutir a responsabilidade a partir do que aprendemos com a psicanálise, ou seja, se trata na responsabilidade de como o sujeito responde ao se deparar com o real. Não se trata de culpa, mas da resposta do sujeito diante de uma causa. No caminho oposto àquele que que considera responsável por algo, o sujeito que agiu de modo consciente, pensamos a responsabilidade pela via do inconsciente, onde não podemos nos reconhecer. Debruçamo-nos, então, sobre   uma grande pesquisa realizada em torno das condições de trabalho de professores da Educação Básica. Trata-se de um levantamento de livros e teses publicados entre 1998 a 2007 sobre o mal-estar docente, estresse emocional  e Síndrome de Burnout; um relatório de mais 100 páginas  a partir do qual tentamos verificar de que forma é tratado  o mal-estar experimentado pelos professores.
Título: Fala-se da criança, mas quem sabe dela dizer?
Autor: Brenda Rodrigues da Costa Neves
E-mail: neves.brenda@yahoo.com.br
Instituição: UFMG
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A criança no mundo moderno oitocentista passou a ocupar lugar de cumprimento dos ideais de uma sociedade que buscava a perfeição e o sucesso. Ao infans, aquele que não fala e não tem razão, caberia ao estado e às ciência médica e escolar buscar normatizar os corpos, mas, sobretudo, o fazendo sob a anuência da família, para que se pudesse cumprir com os ideais almejados. Vemos que na conteporaneidade carregamos uma herança por tentarmos cumprir com estes ideais, mesmo diante do abatimento da “família nuclear”. Verificamos tal fato, principalmente, quando ocorre um evento que atravessa o curso esperado do desenvolvimento da criança, como, o nascimento pré-termo, a descoberta de um “defeito” genético que a impede de se desenvolver, a determinação de um diagnóstico, o fracasso escolar, enfim, aquilo que faz mancar o rumo da vida de uma criança. Diante disso, nas famílias da contemporaneidade vê-se a presença do “sentimento da infância”, advindo do sentimento de culpa, de que os pais falharam ou faltaram com suas funções para com o filho, de modo a fatalmente impedi-la de um futuro próspero. Para além da trama privada, o Estado e a ciência emergem como instituições de saber que emitem um discurso de que podem salvar a criança de um futuro malfazejo, garantindo-o e, no entanto, sobrepujando a família de sua função constituinte. Este trabalho pretende discutir esta questão retomando o conceito de infantil em psicanálise e a criança enquanto sujeito de desejo, sujeito em por vir. Em contrapartida, buscaremos analisar o atual fato, o de que a criança é posta como objeto do saber público a despeito do saber parental, e quais suas consequências.
Título: O VALOR DO INSTRUMENTO INDICADORES CLÍNICOS DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL (IRDI) NA DETECÇÃO DO BRINCAR PRECOCE EM CRIANÇAS DOS CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL (CEIS)
Autor: Camila Saboia
E-mail: camila_saboia@hotmail.com
Instituição: USP ( Instituto de Psicologia USP)
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           Sabe-se que o brincar exerce um papel constitutivo no processo de subjetivação da criança, ou seja, é por meio dele que o bebê constrói seus primeiros laços sociais passando a vir a circular no campo do simbólico. Nesse sentido, cabe perguntarmo-nos como esse brincar é contemplado num contexto fora daquele da configuração clássica familiar mãe-bebê, como, por exemplo, aquele associado ao âmbito das creches. Pesquisas apontam que o brincar primitivo não é privilegiado no espaço da creche, uma vez que ele não é compreendido pelos professores como fundamental no processo de constituição psíquica do bebê. A importância deste estudo está em contribuir para a promoção da saúde mental, desde da primeira infância, ao sensibilizarmos os profissionais das creches dos riscos de sofrimentos psíquicos em bebês, manifestados justamente pela ausência precoce do brincar. Nosso objetivo é avaliar o valor preditivo dos indicadores do IRDI (Indicadores de Risco do Desenvolvimento Infantil) associados ao brincar, a fim de verificar se a qualidade do brincar primitivo, avaliado por essa escala, correlaciona-se com a capacidade da criança de se engajar na produção do jogo simbólico aos 2 anos de idade. Para isso, pretende-se comparar, por meio de um estudo longitudinal, um grupo caso constituído por 35 crianças de 4 a 18 meses, cujas respostas aos indicadores do brincar da escala IRDI mostram-se Ausentes, com um grupo controle cujas respostas foram Presentes. As crianças dos dois grupos serão avaliadas, aos 2 anos de idade, por meio do escala internacional MPPE, que avalia o brincar simbólico da crianças tanto nos seus aspectos quantitativos como qualitativos. Espera-se que a correlação entre essas duas escalas revele a capacidade do IRDI para apontar e acompanhar a passagem do brincar primitivo para o brincar simbólico.
Título: Obesidade infantil: que cuidados oferecer?
Autor: Camille Apolinario Gavioli
E-mail: camillegavi@yahoo.com.br
Instituição: Hospital Sabará
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Atualmente, o ideal de beleza apresentado pelos meios de comunicação e cultivado pela sociedade é ser magro e jovem, entretanto, nem sempre foi assim. Na Idade Média, ser gordo era sinônimo de status. De que maneira a obesidade ganhou o estatuto que tem hoje seja na vida adulta, na adolescência ou na infância?

Dados da OMS indicam um aumento significativo da doença em todos os continentes, somando hoje 45 milhões de crianças e de adolescentes, o que é um indicativo de que se trata de um problema de saúde pública. Entende-se a causa como multifatorial resultante da interação de fatores genéticos, metabólicos, sociais, comportamentais e culturais. Está associada ao risco para doenças cardiovasculares, respiratórias, ortopédicas e metabólicas, bem como alterações psicológicas.

Quais cuidados devemos ter em relação a este quadro?
Título: A lógica do laço social: o que está em jogo em uma fratria?
Autor: Claudia Braga de Andrade
E-mail: cb.andrade@terra.com.br
Instituição: Universidade Federal Ouro Preto
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O trabalho tem como objetivo discutir a formação de laços sociais na juventude a partir do estudo sobre as formas de sociabilização entre grupos de jovens moradores de republicas estudantis. A estrutura, organização e dinâmica do grupo apontam uma singularidade na formação de laços sociais evidenciados por uma série de rituais e de símbolos identitários tais como o batismo do morador com novo nome, a bandeira, a reza e o hino, entre outros elementos próprios ao grupo. A partir deste levantamento, propomos uma reflexão sobre a relação entre os sujeitos na cultura, destacando a especificidade da construção de laços sociais no público juvenil, examinando a alteração dos processos de formação da subjetividade fortemente marcados por uma experiência de violência e a função da fraternidade no âmbito da reestruturação da figura do jovem na sociedade contemporânea.
Título: a mulher professora e seus tropeços diante da diferença
Autor: Claudia Itaborahy Ferraz
E-mail: cacauitaborahy@yahoo.com.br
Instituição: secretaria municipal de educação de ouro preto
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O artigo é fruto da escrita da dissertação de mestrado em educação que percorre os caminhos por meio dos quais pensamos a mulher professora e suas queixas diante da diferença do outro e o mal-estar que carrega em seus corpos do(c)entes. Reflete-se sobre o gênero feminino, pensando o contexto rural em que estão inseridas, o ser mãe-mulher-professora e a posição que assumem diante da feminilidade. Questiona-se a formação docente que desconsidera as subjetividades dentro da escola e interroga-se de que maneira a diferença de ser uma mulher pode não ser um problema e sim um dispositivo que favorece o encontro entre a professora, sua diferença e a diferença do outro. Interroga-se, ainda, a possibilidade de um deslocamento da impotência de educar para a impossibilidade de educar, pensando nesse corpo chamado educação.
Título: Mal-estar na escolarização: estudo de casos em Psicanálise e Educação
Autor: Cristiana Carneiro
E-mail: cristianacarneiro13@gmail.com
Instituição: Faculdade de Educação da UFRJ
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O presente trabalho é fruto de uma pesquisa em psicanálise e educação que vem sendo realizada pela FEUFF em parceria com a FEUFRJ. Partindo da constatação de que o laço educativo é hoje fortemente orientado pelo discurso da ciência em detrimento da palavra autorizada de pais e profissionais da educação, dedicamo-nos a investigar de que forma isso se reflete em um “mal-estar na escolarização de crianças e adolescentes”.  Assim, propomos uma discussão sobre esse mal-estar, através do estudo de oito casos de crianças e adolescentes encaminhados ao serviço de psiquiatria (IPUB/UFRJ) pela escola, realizado nos moldes de uma pesquisa-intervenção.  Neste trabalho, apresentaremos o extrato de um dos casos acompanhados pela pesquisa que nos permite uma discussão acerca do diagnóstico de TDAH em uma criança.
Título: Os Jogos virtuais na infância e o brincar na clínica psicanalítica
Autor: Cristiani Minga Beltran Fanti
E-mail: cristiani.beltran@gmail.com
Instituição: Particular
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Será feita uma discussão acerca da experiência clínica psicanalítica com crianças no brincar e o uso dos jogos virtuais. Observa-se nas brincadeiras envolvendo a temática do virtual, um enredo empobrecido, com poucas características pessoais dos personagens, objetivos muito simples nos jogos e que prescindem do Outro para que o brincar aconteça, sendo o analista apenas um expectador. Problematizam-se os efeitos para a constituição psíquica deste tipo de brincar virtual e em rede, no que concerne a fantasia, ao simbólico e o gozo pela imagem, em concordância com o trabalho de Esteban Levin (2014) que considera um sintoma atual: “as crianças enredadas” em seus Jogos em rede.
Título: Inclusão e instituições, encontros e desencontros entre público e privado
Autor: Cristina Abranches Mota Batista
E-mail: crisambatista@gmail.com
Instituição: CAIS- Centro de Atendimento e Inclusão Social
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A inclusão é um apelo social que surgiu na pós-modernidade, na qual presenciamos uma verdadeira crise nas instituições, com enfraquecimento do simbólico e da figura do Outro. Essa dinâmica traz consequências para o sujeito, para as instituições e as relações com o público e privado. Ao mesmo tempo existe um paradoxo na contemporaneidade, na falta do grande Outro existe uma busca pelo Outro absoluto ou a construção de uma espécie de Outro artificial. Presenciamos uma negação de toda diferença e uma busca sobre o mesmo com predominância do imaginário. Neste contexto nota-se ampliação da condição da debilidade e de diagnósticos de autismos. Para atender a estes sujeitos e as novas relações, as instituições precisam reinventar sua forma de atuação.
Título: O enigma do infantil no contexto escolar: escutando impasses na formação de professores
Autor: Cristina Rocha Dias
E-mail: crisrdias@gmail.com
Instituição: Usp
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O presente trabalho tem como objetivo investigar em que consiste o enigma do infantil, a partir do contexto da formação de professores para pensarmos, a partir da Psicanálise, porque e, em que condições, isso se apresenta como um desafio na prática docente. Entendemos que a especificidade do professor de educação infantil reside no fato de lidar, ao mesmo tempo, com situações de cuidado e de investimento afetivo (de desejo) no encontro com a criança, imbricadas e atravessadas pelo sexual. Neste caso, as experiências que daí surgem, muitas vezes escapam do planejado e se constituem enigmáticas para esses profissionais, colocando em questão sua posição de saber - neste caso, mais que saber sobre a criança, saber-se professor. Para articular essas questões e investigar o que vem a ser tomado como enigmático para os professores, partiremos do conceito de infantil em Freud como operador teórico, relacionando-o ao pulsional - fundante do sujeito, indomável e insistente -, ao estranho – que retorna como enigma, mas também familiar -,  e à fantasia - que recorta o lugar do sujeito como resultado da experiência de satisfação submetida ao recalque, e que se apresenta como solução diante de um querer saber. Entendemos que esses aportes podem nos subsidiar para uma discussão que permita cotejá-los às experiências dos professores aqui narradas, buscando, para além de uma conexão entre psicanálise e educação, uma possibilidade de abertura diante dos desafios e impasses vividos pelos professores, mas também de interrogação sobre o lugar da transmissão e do desejo de educar.







Palvras-chave: Psicanálise; Infantil; Formação; Transmissão; Enigma






Título: “Discurso universitário”, forma escolar e crise da escola
Autor: Daniel Revah
E-mail: revah@uol.com.br
Instituição: UNIFESP
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Diversos trabalhos que discutem questões próprias da educação escolar e que operam a partir da teoria dos quatro discursos de Lacan costumam apontar os efeitos nefastos do “discurso universitário”, tomando-o apenas nesse registro e, em consequência, como uma estrutura significante cuja forma de operar excluiria a dimensão do desejo. Desse modo, contraditoriamente, deixam de considerá-lo como um discurso, como um aparelho de gozo que possibilita o estabelecimento de um laço social particular. Esta comunicação questiona esse entendimento e propõe pensar a escola como um dos vetores por meio dos quais o “discurso universitário” se configura, imbricando-se com o processo de constituição da forma escolar, que no século XX acaba extrapolando a própria escola como instituição. Determinadas mudanças nessa trajetória, em particular as que incidem no que hoje tende a ser concebido como uma crise da escola, são analisadas tendo em vista a relação entre diferentes formas do discurso e os giros discursivos das quais resultam.
Título: O lixão, a Apple store e o álbum de figurinhas: sobre a criança-objeto na contemporaneidade
Autor: Daniela Teixeira Dutra Viola
E-mail: daniela.dutraviola@gmail.com
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
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A partir de um caso clínico, propõe-se uma discussão sobre o lugar de objeto ocupado pela criança na contemporaneidade. Um menino de seis anos utiliza o espaço analítico para repercutir a cena familiar, que traduz pelo fascínio por objetos-gadgets e a repetição incessante de cenas da novela da época: crianças vivem em um lixão, para onde foram levadas, e abandonadas, por seus pais. Deambula entre o lugar de dejeto do par parental e outro, igualmente insuportável, de objeto precioso, bem conforme as expectativas dos pais, mas que, como todo gadget, é substituível, o que se prenuncia com a gravidez da mãe. A profusão de objetos caros, presentes que ganha semanalmente do pai, constantemente viajando, e que leva para as sessões, substitui por um álbum de figurinhas rasgado, que vai, pouco a pouco, “restaurando” e preenchendo com a analista.
Título: Educação, gênero e psicanálise
Autor: Delia Maria Carmen de Césaris
E-mail: dmdc@cybs.com.br
Instituição: USP
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A educação escolar postula formas discursivas específicas sobre as práticas sociais que marcam as identidades de gênero e as categorias homem / mulher (estereótipos sexuais) segundo construções sociais de extrema complexidade, modeladas por regras e códigos específicos. Nessa perspectiva, a escola exerce um importante papel na  construção das representações sobre os corpos, tanto  na abordagem dos conteúdos relativos às suas configurações, partes e funções, assim como nas permissões e interdições relativas ao uso dos mesmos. Nas rotinas e hábitos escolares, o dito e o não dito, vão produzindo o que as crianças e adolescentes podem e devem pensar e dizer sobre sua sexualidade.  As relações de poder e de saber escolares participam ativamente também da consolidação das normas culturais que governam a materialidade dos corpos. Perguntamos-nos, como isto se compatibiliza com um conceito de educação amplo e atravessado pela psicanálise, segundo o qual a educação transmite marcas simbólicas que possibilitariam ao sujeito usufruir de um lugar onde seu desejo seja possível. Daí as questões que guiam nossa pesquisa em educação, psicanálise e gênero.
Título: RELATO FOTOGRAFICO DE JOVENECENCIAS DE UNA CIUDAD INTERMEDIA
Autor: Diego Fernando Bolaños
E-mail: diferbol_21@hotmail.com
Instituição: Universidad Federal de Minas Gerais
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El trabajo se llevó a cabo con el objetivo caracterizar la impresión que sobre el adolescente y el  joven se tiene en la ciudad de Mar del Plata (Arg). Las técnicas utilizadas fueron la observación no participante y la entrevista semi-estructurada. También se hizo seguimiento de noticias que implicaran a los adolescentes y jóvenes en diarios escritos y noticieros de radio y televisión. Los elementos recogidos se trataron a manera de investigación narrativa elaborando un relato fotográfico que se presenta con 4 premisas: 1. Descripción del lugar 2. Referencia al escenario 3. Vinculación de relatos (imágenes y discursos sobre la población) que expliciten la impresión sobre los adolescentes y jóvenes en la ciudad y 4. Interpretación de los elementos anteriores. Con la información levantada se consiguió, además de  identificar los lugares, contextos y escenarios que habitan, establecer algunas de las características, de lo que nos permitimos llamar jovenecencia marplatense, entre ellas vale mencionar que son chicos cuyas condiciones se mueven entre las ambivalencias y dicotomías propias de la edad, (Autonomía y heteronomía; búsqueda simultánea de tutela e independencia; rechazo a las normas y creación de pautas de identificación colectiva, entre otras) pero aumentadas por la dinámica exclusión – inclusión que viene a representar una ambivalencia mayor y estructurar, la de la sociedad en general. Se reconocen como sujetos de derecho pero a la vez desconocen derechos colectivos y de otros personales. Se hallan, como la inmensa mayoría de de jóvenes de este mundo globalizado, cooptados por el consumo en sus diversas presentaciones. De igual forma en relación con el autocuidado y la salud se encuentra que, como es característico de la edad juvenil, ellos se consideran amparados por fuerzas mayores que no permitirán que les pase nada; de ahí algunos excesos en sus conductas como el consumo de licor, de bebidas energizantes y  alucinógenos, las altas velocidades en vehículos, y las relaciones sexuales indiscriminadas. De ellos también se destaca su participación en la política con discurso bien fundado, el buen desempeño deportivo y artístico que les permite ser centro de atención y cuidado. Finalmente, en esa amalgama de deseos, placeres, búsquedas y necesidades (satisfechas y no satisfechas), pensamientos y sentires diversos, las juventudes y adolescencias se yerguen en una ciudad que, sin ser megalópolis, se erige con potencialidad posmoderna. Una urbe que aún les ofrece espacios para el ocio y la diversión y que se mueve entre la industria, el recreo y el urbanismo con sigilo y cuidado.    
Título: RELAÇÃO TRANSFERENCIAL DE PROFESSOR E ALUNO: LEITURAS PSICANALÍTICAS DA ESCOLA
Autor: Edileide Maria Antonino da Silva
E-mail: leideantonino@yahoo.com.br
Instituição: UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
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A discussão em questão pauta-se na relação de professor e aluno e nos afetos que circulam no ambiente escolar, mais especificamente na sala de aula entre este par. Resgata-se, inicialmente, as definições de transferência para Freud e para J. Lacan, buscando aprofundar o conceito de Sujeito suposto Saber, fundado por Lacan, estendendo a discussão para a ambiência da escola. Assim, marcamos qual será o objeto em debate e o contexto em que este será analisado, a saber: a escola contemporânea, o par professor-aluno e a transferência que se estabelece nessa suposta relação.
Título: QUANDO UM MAIS UM, SÃO TRÊS OU QUATRO... FAMÍLIAS RECOMPOSTAS NA ESCOLA CONTEMPORÂNEA.
Autor: Edna Bittelbrunn
E-mail: ednabittel@gmail.com
Instituição: Universidade do Estado da Bahia
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Trata-se de estudo doutoral em atendimento, teórico e empírico, de cunho qualitativo o qual está referenciado em alguns construtos da psicanálise, (FREUD (1911); LACAN (1972); ORNELLAS (2005) da educação (ALSOP; McCAFFREY, 1999; PERERIRA, 2011) e da família (CECCARELLI, 2007; CERVENY; OLIVEIRA, 2010; WAGNER, 2002). A família possui laços estreito com o social e não estão isentas de vicissitudes ocorridas na ambiência contemporânea. Essas são traduzidas em diversas formas, por exemplo: nos diferentes arranjos familiares, nos laços além da consangüinidade, nas novas formas de (des) vincular-se do par amoroso, entre outros. Este escrito se anuncia como discussão de algumas relações de afeto ambivalentes (prazer e desprazer) na constituição, formação da família recomposta. Indagações sobre a (des)autorização do professor, tensões de interesse entre família e escola, configurações familiares e os rituais escolares são aqui discutidas. Apontam-se algumas considerações para apreender sobre estes dois campos (tanto a família quanto a escola) os quais em certa medida estão implicadas como fator inibidor ou não do desejo de aprender.

Palavras chave: família recomposta, escola, psicanálise, afetos ambivalentes
Título: Implicações da crise da legitimidade, da dificuldade de dizer “não” no processo de escolarização de alunos do primeiro ciclo da educação básica e sobre a atuação docente
Autor: Elaine Cristina Mourão
E-mail: elainemourao@usp.br
Instituição: Prefeitura Municipal de Barueri/Universidade de São Paulo
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Já não é incomum a dificuldade dos adultos para posicionar-se como tais diante das crianças. Cada vez mais, pais ressentem-se de ter que impor limites, coibir excessos e tem dificuldade para suportar o “sofrimento” de seus filhos quando lhes negam seus objetos de desejos. Assim, cresce o apelo a especialistas sobre como educar, como impor limites.

Do mesmo modo, professores são conduzidos a desvencilhar-se da assimetria geracional já que crescem os apelos da sociedade para que não exijam de seus alunos. Contudo, não o fazem sem hesitar porque não há educação sem limite.

Consideramos que essa confusão de rumo quanto aos propósitos da educação, do processo de escolarização e da escola está atrelada a uma tentativa, constante, de rechaçar a falta através da lógica do desmentido  que busca rechaçar as leis da linguagem através de dois processos: 1º) a concepção de educação, de ensino que é disseminada, pelas teorias pedagógicas reinantes, de que à escola compete apenas o desenvolvimento de capacidades, potencialidades que os alunos já portam, isto é, que a tarefa da escola consiste apenas em ensinar e que os docentes não estão envolvidos no ato de educar; e 2º) a suspensão na estrutura social da diferença geracional e da legitimidade das figuras de autoridade que têm deixado os adultos perdidos quanto a sua tarefa primordial, educar as gerações subsequentes.

Diante das implicações desses processos para a educação, para a escolarização das crianças, debruçaremo-nos sobre essas questões a partir da análise de material coletado em entrevistas semi-estruturadas realizadas com professores que lecionam no primeiro ciclo da educação básica – corpus de nossa pesquisa de mestrado.
Título: A CRIANÇA-SUJEITO EM ANÉIS BORROMEICOS NA CENA EDUCATIVA: IMPASSES CONTEMPORÂNEOS
Autor: Eliana de Jesus Menezes
E-mail: ejm.elianamenezes@gmail.com
Instituição: UNEB
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Trata-se de uma pesquisa realizada numa universidade pública estadual em que os anéis: Real, Simbólico e Imaginário foram convidados a contribuir no debate da criança-sujeito. A contemporaneidade encontra-se marcada pela lógica do consumo e, portanto, pelo objeto e tenta de várias formas elidir o sujeito alavancado como falante, faltante e desejante.  A criança-sujeito estruturada no nó borromeu é atravessada pelos feixes irradiantes do discurso capitalista que também busca colocá-la na condição de objeto.  A escola enquanto porta-voz desse discurso, reproduz e imprime em suas práticas essa objetalização da criança, essencialmente quando não a reconhece no lugar de sujeito do desejo. Indaga-se: é possível a escola fazer passe da criança-objeto para criança-sujeito diante dos avatares contemporâneos? São nessas inscrições que neste estudo a criança é chamada a advir.

ELIANA DE JESUS MENEZES

MARIA DE LOURDES SOARES ORNELLAS
Título: A singularidade e a escuta nas relações escolares: o que dizem os docentes de uma escola pública
Autor: Elisabete Cardieri
E-mail: ecardieri@ibb.unesp.br
Instituição: UNESP
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As práticas educativas organizam-se a partir da convivência entre crianças e adultos, e nesses encontros-desencontros cada singularidade se apresenta revelando a fugacidade da trama inconsciente-consciente a que cada um está assujeitado e vai tecendo sem saber. Para além da configuração simbólica expressa nas teorias e conteúdos programáticos, dos impasses no aprender e ensinar que configuram e ampliam o universo imaginário, as vivências no cotidiano escolar suscitam momentos inusitados que podem, a partir de uma escuta diferenciada, favorecer o reconhecimento da singularidade e a implicação num novo movimento. O objetivo deste trabalho é, a partir de relatos de docentes de uma escola pública, refletir acerca da disponibilidade para a escuta nas relações com alunos e também com os colegas, bem como os efeitos de ações diferenciadas fundadas no respeito à diferença.
Título: O adulto ante os impasses da falta e seus efeitos na posição subjetiva de crianças e adolescentes
Autor: Elizabeth dos Reis Sanada
E-mail: elizabeth.sanada@hotmail.com
Instituição: Instituto Singularidades
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A partir de relatos de crianças e adolescentes, cuja dinâmica aponta para uma inserção no grupo dos sintomas contemporâneos, envolvendo queixas de cyberdepedência, transtornos alimentares, adição e questões de identidade sexual, abordaremos as relações entre escola e família e seus efeitos sobre o posicionamento subjetivo da criança e do adolescente. Deste modo, discutiremos o processo de psicopatologização do cotidiano escolar; a desimplicação da família em relação aos filhos e a submissão da escola ao discurso parental como tentativas de escamotear a diferença entre gerações. Nesta perspectiva, o adulto, seja na família ou na escola, gozaria a partir da falta de limites de seus filhos/alunos e compartilharia da mesma dificuldade de lidar com as privações vivenciadas por eles, (re)velando o mal-estar estrutural que assola o neurótico.
Título: Quem avalia os avaliadores: questões acerca da política de incentivos por resultados escolares
Autor: Eric Ferdinando Kanai Passone
E-mail: ericpassone@yahoo.com.br
Instituição: Universidade de São Paulo
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Há décadas o ensino padece sob o domínio dos discursos das ciências e dos saberes especializados colocando em xeque a relação dos mais novos com os mais velhos. A lógica dominante da eficiência e eficácia, a qual se apoderou da gestão escolar, nas últimas décadas, produz disfunções e marca o futuro do sujeito, na medida em que a escola se ocupa cada vez mais com o rendimento, com as notas, as avaliações e resultados das políticas, produzindo com maior frequência estigmas que condenam muitos alunos a uma espécie de exclusão interna. Como marca de um “batismo burocrático”, a avaliação educacional tem se tornado um rito de ingresso à cultura que, ao mesmo tempo em que propõe eclipsar as diferenças entre os sujeitos, produz seus efeitos sobre os mesmos, classificando-os e alienando-os. Na mesma perspectiva destacada por Maud Manonni (1973), em Educação Impossível, pode-se afirmar que o imaginário pedagógico nacional psicologiza o ato educativo, esgotando-se em usar certo discurso para melhor dissimular as péssimas condições do ensino, levando os alunos a tornarem-se categorias, tais como, os deficientes, os rebeldes, os atrasados, os desistentes, subdividindo-os entre os normais e os “outros”, numa nova espécie de exclusão interna.
Título: Escritos sobre feminilidade nas redes sociais: adolescentes "públicos" na atualidade
Autor: Fabiana Cerqueira
E-mail: fabianaacer@gmail.com
Instituição: UFMG
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As redes sociais virtuais operam na produção e propagação de um discurso de igualdade que incide sobre a sexualidade, considerada como um campo privilegiado da diferença. O jovem encontra hoje, portanto, maiores dificuldades em posicionar-se como homem ou mulher no campo das identificações sexuais. A partir desta hipótese, realizamos uma investigação em diferentes redes sociais da internet para conhecer as noções construídas pelas adolescentes sobre a feminilidade na atualidade. Neste trabalho, apresentaremos uma reflexão sobre esta investigação, utilizando o referencial teórico da psicanálise em diálogo com autores da filosofia e da sociologia que analisam a contemporaneidade.
Título: Um adolescente que segue os passos do pai: uma discussão acerca de uma identificação mortífera com o pai morto
Autor: Felipe Barata Amaral
E-mail: felipe.barata@yahoo.com.br
Instituição: Universidade Federal do Pará
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A adolescência é uma fase da vida do ser humano na qual este indivíduo agrega em si todos os predicados que o qualificariam como adulto, mas este estatuto lhe é negado. Desse modo, sua individuação é marcada por percalços que variam do desamparo à dependência, conduzindo-o por situações nas quais ele, ora visa suplantar qualquer rastro da vida infantil, ora salvaguardar qualquer laço parental e infantil. O presente trabalho tem o objetivo de discutir um recorte proveniente da escuta – realizada em um contexto voltado à prevenção de riscos e de promoção de saúde mental da criança e do adolescente na UFPA - de um pré-adolescente que enfrentou a repentina morte de seu pai e, diante dessa situação de perda, ele preferiu negar a morte deste pai e estabelecer um laço identificatório pela via da identificação com o pai morto.
Título: A MATEMATIZAÇÃO DO MUNDO: O DISCURSO DA CIÊNCIA E A INTOLERÂNCIA DIRIGIDA AO DESEJO
Autor: Flavia Maria de Vasconcellos
E-mail: flavia@trapezio.org.br
Instituição: Grupo de Apoio à Escolzarização Trapézio
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Neste ensaio, iremos reconstituir o caminho pelo qual uma ambição de controle tornou-se hegemônica em nosso mundo e discutiremos o impacto disso sobre os homens e, mais especialmente, sobre a infância que hoje se vê esquadrinhada. Esta ambição é veiculada por um discurso cientificista que, à diferença da verdadeira ciência, deixou-se seduzir pela ilusão de que seja possível recobrir completamente o real pelo simbólico. O ciframento do ser é uma das facetas de um mundo que nada-quer-saber de seus limites. Neste contexto, proliferam discursos totalitários e uma indisposição para com a verdade do desejo, criando sérios embaraços para o sujeito.
Título: Adoecimento e mal-estar na infância
Autor: Gláucia Faria da Silva
E-mail: glaufaria@live.com
Instituição: HOSPITAL INFANTIL SABARÁ
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Durante quase todo século XX, o principal trabalho da criança era aprender. Com esta insígnia e destino, o aparecimento do mal-estar na infância se dava sobremaneira nas relações educacionais e familiares em suas interfaces com o aprendizado. Há algumas décadas, contudo, uma criança deve não apenas aprender, mas ampliar competências, desejar, ser feliz e consumir. Ampliam-se as tarefas, as crianças respondem aos novos lugares e um novo/velho lugar de mal-estar retorna com grande potência: o corpo visto e tratado no sistema de saúde. Gostaríamos de problematizar esta localização a partir da experiência na Coordenação do Serviço de Psicologia do Hospital Infantil Sabará.
Título: Psicanálise e socioeducação: de que contribuição se trata?, 0
Autor: Guilherme Mendonça Del Debbio
E-mail: guiggdd@gmail.com
Instituição: Faculdade de Educação - Universidade Federal de Minas Gerais
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Com a lei do Estatuto da Criança e do Adolescente, o significante socioeducação determinou as intervenções que deveriam “ressocializar” o adolescente autor de ato infracional, fazendo com que ele interrompesse sua trajetória fora da lei e acabasse inserido no discurso normativo instituído. Os psicanalistas, que passaram a também ocupar o lugar de socioeducadores, propunham uma via de trabalho que perpassasse a resposta singular deste adolescente, transmitindo à política pública a importância de um valor clínico dentro de um trabalho jurídico-pedagógico. Porém, se a resposta do sujeito adolescente continuasse a subverter a norma social, como acolhê-lo no trabalho socioeducativo? Propomos discutir indagações como essas que surgem no encontro entre as vertentes da psicanálise e da socioeducação.
Título: Quando o diagnóstico aparece, o sujeito esvanece?
Autor: Helena Julio Rizzi
E-mail: helena.rizzi@einstein.br
Instituição: PROJETO EINSTEIN NA COMUNIDADE DE PARAISÓPOLIS
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Autores

Camila Salomon Silva Lefevre – terapeuta ocupacional pleno no Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis

Helena Julio Rizzi – psicóloga pleno no Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis

Matheus Machado Oliveira – psicólogo sênior no Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis



Resumo

O presente trabalho trata do efeito de nomeação, referenciado nos padrões científicos de normalidade, dos comportamentos de uma criança de 5 anos que não fala, pouco se dirige ao outro, mostra-se agressiva na relação com as outras crianças e com sua família, usa fraldas e não permite que a mãe realize os cuidados básicos. O diagnóstico de autismo, atribuído exclusivamente pelo critério fenomênico, não impede que esta menina demonstre recursos para brincar, expressar-se e possibilidades na interação com o outro. Entretanto, quem comparece para legitimar tais produções? Ao longo do texto, serão discutidos aspectos da incidência do diagnóstico na escuta e conduta dos profissionais de saúde, bem como sobre o lugar oferecido à criança na família.
Título: A possibilidade do arquivo numa sociedade sem memória
Autor: Heloisa Marcon
E-mail: heloisamarcon@yahoo.com.br
Instituição: APPOA e USP
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O trabalho faz uma leitura da relação entre a subjetividade e a época atual através de um caso clínico que permite pensar a lógica da sociedade de massas orientada pelo capitalismo: de oferecimento e devoramento instantâneo de objetos, e da falta funcionando eminentemente na modalidade da frustração, de modo a não se sustentar temporalmente e não sustentar o tempo em si, portanto, não produzir memória. O trabalho apresenta a necessidade de produção do estatuto de perdido do objeto para a falta poder operar em outra modalidade e da possibilidade de usar o arquivo nessa construção de memória e instauração do tempo.
Título: Economia pulsional e evasão escolar: onde se arrima o desejo?
Autor: Ilaria Pirone
E-mail: ilariapi@me.com
Instituição: Université Paris 8
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Apresentaremos alguns resultados de uma pesquisa ainda em desenvolvimento sobre evasão escolar. Pretendemos interrogar essa noção do discurso pedagógico atual à luz da elucidação dos processos psíquicos inerentes à passagem adolescente. De fato, em algumas formas da dita evasão escolar, identificamos a questão topológica própria à adolescência, deixada à deriva por conta de não encontrar a quem endereça-la: como me situar no campo de Outro ? Os remanejamentos identitarios adolescentes colocam em jogo a questão da identificação, laçando o sujeito a buscar uma marca ideal em outros adultos além das figuras parentais. Essa busca vê-se às vezes fragilizada devido à impossibilidade de alguns adultos em suportarem essa função, bem como a certas respostas institucionais, que motivadas pela urgência de « evitar a evasão » de um aluno, acabam paradoxalmente criando uma espécie de mercado da evasão escolar onde o circuito pulsional cobra o preço da renuncia ao desejo.
Título: Curso de Extensão: O Lugar do Infantil na formação de professores e alunos das séries iniciais: criança pública x “garantias” de adultos menos perniciosos?
Autor: Ines Maria Marques Zanforlin Pires de Almeida
E-mail: almeida@unb.br
Instituição: Universidade de Brasília
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Este trabalho fundamenta-se no Curso de Extensão O Lugar do Infantil na formação de professores e alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental o qual se configura como uma proposta articuladora entre o curso de Pedagogia da FE, a disciplina Inconsciente e Educação e a linha de pesquisa Escola, Aprendizagem, Ação pedagógica e Subjetividade na Educação da pós-graduação, quanto pela instigação provocada pelo tema deste X Colóquio Internacional do LEPSI “ crianças públicas, adultos privados

 Este projeto foi pensado como importante dimensão de formação e atualização docente e compreensão do lugar do infantil na constituição do humano,  utiliza contribuições da teoria psicanalítica para a Educação assim como desenvolve atividades com as crianças Provocado pelo tema interroga-se sobre a possibilidade de revisitá-lo e fazê-lo avançar na compreensão do  infantil relendo-o através dos conceitos público x privado, inspirando-se em leituras dialéticas das relações criança pública, superego educativo dos professores infantilizados pela obediência e  “garantias” de adultos menos perniciosos  através da formação  nos cursos ??  O desafio está posto!
Título: O “Estranho” Mal-estar
Autor: Isabela Alves Pereira
E-mail: isabela.alvespereira.jf@gmail.com
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora
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Conduzidos  pelo  argumento deste  Colóquio iremos, neste trabalho, discutir a responsabilidade a partir do que aprendemos com a psicanálise, ou seja, se trata na responsabilidade de como o sujeito responde ao se deparar com o real. Não se trata de culpa, mas da resposta do sujeito diante de uma causa. No caminho oposto àquele que que considera responsável por algo, o sujeito que agiu de modo consciente, pensamos a responsabilidade pela via do inconsciente, onde não podemos nos reconhecer. Debruçamo-nos, então, sobre   uma grande pesquisa realizada em torno das condições de trabalho de professores da Educação Básica. Trata-se de um levantamento de livros e teses publicados entre 1998 a 2007 sobre o mal-estar docente, estresse emocional  e Síndrome de Burnout; um relatório de mais 100 páginas  a partir do qual tentamos verificar de que forma é tratado  o mal-estar experimentado pelos professores.
Título: ESCUTA PSICANALÍTICA EM GRUPO DE PROFESSORAS DE CRECHE PÚBLICA
Autor: Isael de Jesus Sena
E-mail: isaelsena@yahoo.com.br
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O presente trabalho surgiu em uma unidade pública de assistência social a partir do encaminhamento de crianças com sintomas que emergiam no processo de escolarização. A demanda de acompanhamento psicológico individual tem lançado alguns desafios, pois o objetivo do trabalho do psicólogo nesse contexto visa exclusivamente assistir as famílias em situação de vulnerabilidade social. Diante desse cenário foi necessário subverter a lógica que privilegia o bem-estar público e instituímos um grupo de trabalho com as professores da creche com o objetivo de oferecer a escuta psicanalítica “privada” em um espaço público. O grupo reunia-se a cada quinze dias e os encontros eram orientados por leituras de textos que articulam a relação entre psicanálise e educação, criando abertura para discussão, reflexão e ressignificação diante de mal-estar vivenciado pelas educadoras na tarefa de proteger as crianças.
Título: Grupo de Invenção e Pesquisa - Oficina de Vazio
Autor: Izabel Ramos de Abreu Kisil
E-mail: belrabreu@gmail.com
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AUTORES: Izabel Abreu Kisil, Fernanda Lacanna, Ana Licia Pegorelli e Daniel Amiro Gonçalves

A proposta de trabalho do Grupo de Invenção e Pesquisa é a oferta de um espaço de encontro para jovens que apresentam um modo particular de se relacionar com o outro, com a linguagem, com o conhecimento e uma importante dificuldade de estar no laço social. Diferente de um espaço educativo, a proposta é de um grupo que dê margem aos interesses particulares de cada um. Não se trata, portanto, de um grupo homogêneo no qual todos se debruçam sobre uma mesma atividade já proposta de antemão pelos coordenadores, mas da oferta de espaço e de tempo para que cada um possa desdobrar seus interesses em uma pesquisa. Este grupo se estabelece como um espaço de convivência, onde cada um, com seus interesses particulares, pode criar, inventar e construir conhecimento e saber a sua maneira. Profissionais orientados pela ética da psicanálise são os parceiros de trabalho destes jovens e partir da escuta clínica, os membros da equipe se oferecem como mediadores para as relações entre os garotos, assim como servem de assistentes de pesquisa. Nosso objetivo com este trabalho é refletir e discutir sobre os primeiros 2 anos deste grupo, considerando os efeitos desse espaço na invenção de um fazer e de um saber próprio e na construção de recursos subjetivos que ajudem estes jovens no estabelecimento do laço social.
Título: Como se ensinam as regras?
Autor: Joana Sampaio Primo
E-mail: joanaprimo@gmail.com
Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
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As relações escolares, especialmente entre professores e alunos, nos convidam a refletir sobre uma série de questões, tanto em relação à aprendizagem, quanto em relação às posições ocupadas pelos adultos e pelas crianças na tarefa de escolarização. No interior dessa vasta problemática, pretendemos refletir sobre uma experiência singular que tivemos como psicólogos, contratados por uma escola, para acompanhar um aluno de sete anos que não tinha nenhum “problema de inclusão”, mas que colocava muitos problemas para a escola, pois se tratava de uma criança que não seguia nenhuma das regras. Acreditamos que para lidar com essa questão, a escola compôs uma situação paradoxal, na medida em que abria uma série de exceções para este aluno e, por isso mesmo, o colocava cada vez mais distante de ocupar esta posição, ao mesmo tempo, em que introduzia a possibilidade de reflexão sobre a relação entre as regras e a aprendizagem.
Título: ADOLESCENTES PÚBLICOS NAS REDES SOCIAIS
Autor: Juliana Tassara Berni
E-mail: jutassara@hotmail.com
Instituição: UFMG
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O presente trabalho aborda os resultados de uma pesquisa/extensão que aconteceu em uma escola pública de Belo Horizonte no primeiro semestre de 2014. Foi utilizada a metodologia de conversação com os adolescentes, de orientação psicanalítica. As conversações contaram com a participação de quatro grupos de adolescentes de 13 anos de idade. O objetivo principal das conversações foi abrir espaços para o surgimento de questões e reflexões sobre os temas que envolvem o uso das redes sociais da internet, buscando a implicação e a responsabilização de cada sujeito pelo seu agir e pela sua palavra. A pesquisa/extensão possibilitou investigar as motivações e os impasses subjetivos implicados no uso das redes sociais da internet pelos adolescentes.

Palavras Chaves: Adolescentes - Conversação - Educação – Psicanálise -Redes Sociais
Título: CRIANÇAS PÚBLICAS, INTERVENÇÃO PARTICULAR: A PRESENÇA DO ESTAGIÁRIO NUMA INSTITUIÇÃO PARA CRIANÇAS
Autor: Juliana Tassara Berni
E-mail: jutassara@hotmail.com
Instituição: UFMG
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CRIANÇAS PÚBLICAS, INTERVENÇÃO PARTICULAR: A PRESENÇA DO ESTAGIÁRIO NUMA INSTITUIÇÃO PARA CRIANÇAS
BERNI, Juliana Tassara; LIMA, Nádia Laguárdia de
O presente trabalho surgiu de um estágio no Courtil, instituição que se ocupa de crianças em dificuldade psíquica, e da constatação de efeitos de algumas intervenções que traziam consigo uma marca própria da presença do estagiário na instituição e, especialmente, do estagiário estrangeiro.
Se para o psicótico o Outro é gozador, tratar o outro implica em barrar seu gozo a partir de uma intervenção que será particular a cada caso. Partimos dessa premissa para pensar a presença do estagiário na instituição enquanto estrangeiro, enquanto alguém que está na instituição, mas não pertence a ela, e, sobretudo, os efeitos dessa condição de estrangeiro nas crianças.
Palavras chaves: Instituição – psicose – psicanálise - tratamento do Outro
Título: Escola em crise: implicações criativas.
Autor: Jussara Bueno de Queiroz Paschoalino
E-mail: jussarapaschoalino@yahoo.com.br
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
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Este trabalho analisa a intervenção pedagógica realizado por uma assessora externa, numa escola de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esta instituição vivia um momento de crise com a singularidade de ministrar o ensino fundamental e o médio. A mudança expressiva de público de jovens e adultos, na busca pelo desejo da inserção no mundo alfabetizado deu espaços para os adolescentes. As relações entabuladas de professores e alunos e conteúdos refletiam as interdições construídas ao longo do tempo. Os efeitos de uma EJA rejuvenescida pelo público de adolescentes, que deixaram a escola regular, diante da impossibilidade de se inscreverem como sujeito de desejo, se tornou evidente. O lugar do desejo desses profissionais professores frente ao trabalho numa lógica diferenciada, que possibilitava a sua implicação e formação em serviço viu se comprometida. A não aceitação diante das mudanças paralisou a transferência dos professores no exercício da docência e deixou as marcas de mal-estar e adoecimento presentes na instituição.
Título: Pedagogia centrada n’A criança
Autor: Kelly Cristina Brandão da Silva
E-mail: kcbdasilva@usp.br
Instituição: Faculdade de Educação da USP - FEUSP
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A paradigmática expressão “pedagogia centrada n’A criança” concerne à ideia contemporânea de que teríamos que conhecer integralmente o aluno, sua natureza íntima, assim como suas necessidades, para enfim educar. O que parece se impor atualmente é a ideia de que haveria uma perfeita adequação entre o estimado conhecimento integral do aluno e nossa prática educativa, o que aponta a ambição de toda estratégia capitalista, qual seja, vender a ilusão de que haveria o objeto certo, sob medida, para cada consumidor. Um objeto que cessaria o desejo, dado seu suposto caráter de completude absoluta. Essa crença pedagógica tem sido responsável por uma profunda mudança no que tange à transmissão de conteúdos. Se antes esses conteúdos faziam parte do substrato da educação, ou seja, o fim almejado, atualmente eles são meios para facilitar o desenvolvimento de todo o (suposto) potencial dos alunos. Postula-se nesse trabalho que o chamado aluno especial, na perspectiva da educação inclusiva, colocaria em marcha o paroxismo dessa centralidade n’A criança. Proposições psicanalíticas, articuladas a algumas reflexões oriundas do pensamento da filósofa Hannah Arendt, nos auxiliam nessa discussão.
Título: Do que o aluno necessita? Breves reflexões sobre o amor na educação
Autor: Lenara Spedo Spagnuolo
E-mail: spedolenara@gmail.com
Instituição: FEUSP
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No presente trabalho temos como objetivo desenvolver a ideia do impossível cálculo na educação tendo como recorte a educação inclusiva. Procuraremos discutir como a pretensão de mestria do discurso psico-pedagógico hegemônico atual é não só uma ilusão, mas também pode ser vista como uma tentativa de dessubjetivação dos atores da educação. Em seguida, a partir da Psicanálise distinguiremos brevemente conceitos como necessidade e demanda a fim de propor como as ditas “necessidades educativas especiais” são produtoras da não educação em contrapartida ao que seria uma demanda escolar e suas relações com o desejo. Por fim, a partir da máxima de Lacan “toda demanda é demanda de amor” desdobraremos a discussão e veremos como o amor seria a violência necessária para que uma educação (im)possível aconteça.
Título: O USO DO DESENHO DA FIGURA HUMANA NA ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E DA IDENTIDADE DE UMA ADOLESCENTE COM DISGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UM ESTUDO LONGITUDINAL
Autor: Letícia Wilke Franco Martins
E-mail: leticiawfranco@gmail.com
Instituição: CESUCA
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Este estudo de caso se propõe a analisar e discutir a constituição da imagem corporal e da identidade de uma adolescente com diagnóstico de transtorno do espectro autista a partir das aplicações do Desenho da Figura Humana Os desenhos foram realizados no espaço de psicoterapia, durante os anos de 2007 a 2013 por estagiárias de psicologia no Espaço Vital, Gravataí - RS. Os desenhos foram analisados qualitativamente a partir dos critérios de Koppitz. Os resultados são significativos mostrando o processo de constituição da imagem corporal e da identidade da adolescente a partir de novos elementos incluídos nos desenhos no passar dos anos, mostrando graficamente como a jovem percebe a si mesma. Além disso, os resultados mostram a importância do acompanhamento psicoterápico nos quadros de transtornos do espectro autista.
Título: A escola pública em uma cidade regida pela lógica do privado: motes para discussões e reflexões
Autor: Lia Cazumi Yokoyama Emi
E-mail: liaprojs@yahoo.com.br
Instituição: IP-USP
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Ao caracterizar São Paulo como a "Cidade de Muros", Teresa Caldeira partiu de uma análise sobre a violência na cidade e alertou para o fato das falas sobre a violência estarem forjando uma cidade muito mais segregada e uma sociedade muito mais desigual. Esse modelo de separação física invade todos os espaços e evidencia uma lógica que interpõe obstáculos à efetiva democratização.

Nossa apresentação partirá de elementos desse contexto marcado por soluções privadas, em uma sociedade perpassada pela lógica utilitarista, para fomentar reflexões sobre a importância da escola pública e da presença de alunos surdocegos em suas salas de aula.
Título: OS NOVOS OLHARES SOBRE A INFÂNCIA E SUAS IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA
Autor: Lia Silva Fonteles
E-mail: liafonteles@gmail.com
Instituição: UFMA - Universidade Federal do Maranhão
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Este trabalho visa discutir os novos olhares que as ciências humanas vêm direcionando à infância, levadas por uma modificação no lugar ocupado pelas crianças na sociedade atual. Nesse sentido, questiona os papeis assumidos pelos adultos frente a essa nova visão, o que impacta diretamente no desenvolvimento das práticas educativas e das relações estabelecidas entre professores e alunos – adultos e crianças – em um contexto regido pela pedagogia, ciência que, por sua vez, é alimentada por esses olhares e pelo convívio cotidiano com a infância.

Palavras-chave: Infância; Ciências; Olhares.
Título: Mal-estar na escolarização: estudo de casos em Psicanálise e Educação
Autor: Luciana Gageiro Coutinho
E-mail: lugageiro@uol.com.br
Instituição: Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense
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O presente trabalho é fruto de uma pesquisa em psicanálise e educação que vem sendo realizada pela FEUFF em parceria com a FEUFRJ. Partindo da constatação de que o laço educativo é hoje fortemente orientado pelo discurso da ciência em detrimento da palavra autorizada de pais e profissionais da educação, dedicamo-nos a investigar de que forma isso se reflete em um “mal-estar na escolarização de crianças e adolescentes”.  Assim, propomos uma discussão sobre esse mal-estar, através do estudo de oito casos de crianças e adolescentes encaminhados ao serviço de psiquiatria (IPUB/UFRJ) pela escola, realizado nos moldes de uma pesquisa-intervenção.  Neste trabalho, apresentaremos o extrato de um dos casos acompanhados pela pesquisa que nos permite uma discussão acerca do diagnóstico de TDAH em uma criança.
Título: ANALFABETISMO FUNCIONAL ENTRE ADOLESCENTES: UM MAL-ESTAR NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA
Autor: Lucineia Silveira Toledo
E-mail: lstoledo.lu@gmail.com
Instituição: Faculdade de Educação/Universidade Federal de Minas Gerais
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Atualmente muito se tem discutido sobre o “mal-estar na educação”. São problemas ligados à indisciplina, à violência, ao relacionamento professor-aluno e às situações de fracasso escolar, entre as quais se destaca as dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita. Isso questiona o processo de escolarização e uma de suas funções mais importantes, que é a construção do conhecimento mediado pela linguagem. Se do ponto de vista da teoria da Psicologia Histórico-Cultural, a puberdade seria a fase em que se desenvolvem os conceitos formais, se interroga a partir da Psicanálise, o que pode levar a certos adolescentes a desenvolverem problemas de aprendizagem da leitura e da escrita, encontrando-se ainda, após anos de escolarização, em situação de  analfabetismo funcional.
Título: Violência e Adolescência: (re)velando sentidos
Autor: Luiza Leal Martinez
E-mail: luiza-martinez@uol.com.br
Instituição: Universidade de Brasília
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Luiza Leal Martinez, Sandra Francesca Conte de Almeida, Thais Sarmanho Paulo

 Universidade Católica de Brasília<br>

O estudo investiga as concepções de violência de adolescentes, a presença/ausência de adultos que exercem a função de apoio narcísico e os ideais de eu com os quais eles se identificam. A teoria utilizada é a psicanálise. A pesquisa é qualitativa e foi realizada em uma escola pública de ensino fundamental do Distrito Federal. O método foi o da pesquisa-intervenção e o procedimento o grupo focal. A análise de conteúdo orientou a discussão e interpretação dos relatos orais,  apresentados em quatro categorias temáticas: apoio narcísico, ideal de eu e identificações, relação transferencial e concepções de violência. Os resultados indicam que o grupo representou um espaço importante de fala para os adolescentes, permitindo ressignificações de seus atos e uma nova posição discursiva face à  violência. Destacam, ainda,  a relevância da função de apoio narcísico por pais e professores.

  Palavras-chave:    violência, adolescência, psicanálise, educação

 Apoio financeiro: CNPq
Título: PSICANÁLISE E MEDICINA - ESCUTA E TRANSMISSÃO EM UM HOSPITAL PÚBLICO UNIVERSITÁRIO
Autor: Márcia Aparecida de Abreu Fonseca
E-mail: marcibreu@ig.com.br
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - HOSPITAL DAS CLÍNICAS
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O trabalho discute o papel de psicanalistas em um hospital público universitário em sua dupla função de membro psicólogo de equipes de saúde e profissional de referência na formação de graduandos e pós-graduandos de várias categorias profissionais. É realizado um levantamento histórico sobre a formação do grupo de profissionais da Psicologia atuando na graduação até a implantação da residência multiprofissional e a predominância da abordagem psicanalítica. Tal levantamento também aborda a organização de curso de extensão iniciado em 2014, abordando o psiquismo no contexto hospitalar com a fundamentação da psicanálise, estimulando a construção e discussão de casos clínicos da instituição. A assistência à criança e/ao adolescente enfermos e hospitalizados e suas repercussões na esfera familiar e junto às equipes profissionais constitui ponto específico na abordagem dos casos da Pediatria e da Maternidade, considerando a complexidade do adoecimento e da morte, acontecimentos que envolvem os corpos e que denunciam a não lógica e a contingência na existência humana. A verificação da transmissão se dando pela via singular da construção do caso clínico.
Título: Do social ao singular: a intervenção, em grupo, no caso a caso da escola
Autor: Margarete Parreira Miranda
E-mail: margaretemiranda@hotmail.com
Instituição: Universidade Estadual de Minas Gerais - UEMG
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O Núcleo de Formação e Trabalho Docente da Universidade Estadual de Minas Gerais - NFTD tem privilegiado nos últimos três anos debates, estudos e pesquisas em torno da formação docente. Um dos eixos que se destacam é a busca de interdisciplinaridade envolvendo os campos: Educação – Psicanálise – Formação de professores. Em um projeto de pesquisa intervenção em uma escola pública da cidade de Belo Horizonte, foi possível trabalhar com o dispositivo da Conversação com professores, promovendo ação concomitante de estudo de caso de um adolescente em processo de “medida protetiva”. Do público ao privado, do social ao singular, a análise do material coletado em campo possibilitou ler o que se escuta nas Conversações: o movimento do ideal ao real na intervenção sobre sintomas que perturbam o funcionamento escolar.
Título: Dificuldades de aprendizagem: o que dizem os discursos oficialmente autorizados e o que dizem as crianças.
Autor: Maria Alice Moreira Lima
E-mail: marialice@ig.com.br
Instituição: UFMG
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O presente trabalho pretende demonstrar que os efeitos silenciadores e segregadores dos discursos oficialmente estabelecidos sobre as dificuldades do aprender embora se façam presentes a escola não impedem, contudo, que as crianças encontrem formas de se apresentar em sua singularidade em meio aos conflitos inerentes à essa difícil tarefa. Para tanto parte da identificação das formas como esse discurso bio-psico-sócio-pedagogizado se estabelece e se reproduz na fala das professoras para, posteriormente ir ao encontro do que as crianças têm a dizer sobre o que lhes acontece no que tange à aprendizagem. A pesquisa, realizada com o apoio da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, constata, assim, a distância que se coloca entre os discursos produzidos sobre as dificuldades de aprendizagem das crianças e a maneira como as mesmas falam sobre sua posição em relação à escola e à vida.
Título: Desejo de professor, desejo de aluno?
Autor: Maria Eugenia Capraro
E-mail: meugeniatoledo@uol.com.br
Instituição: Colegio Porto Seguro
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No encontro cotidiano de um professor e seus alunos podemos encontrar uma variedade grande de significantes circulando. As palavras e suas tessituras montam um cenário onde o conhecimento e o saber se encontrar numa trama singular. Este é o relato da experiência de um professor que encontrou recursos para lidar com seus alunos adolescentes e suas diferentes formas de aprender.
Título: Um lugar para o sujeito-criança: os Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI) como mediadores do olhar interdisciplinar sobre os bebês
Autor: Maria Eugenia Pesaro
E-mail: maria.pesaro@hc.fm.usp.br
Instituição: Lugar de Vida
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Após a realização da pesquisa IRDI, a equipe do Lugar de Vida participa atualmente de uma nova proposta de pesquisa da profa. Cristina Kupfer que propõe a ampliação do uso dos indicadores para o ambiente da creche (Kupfer, et al., 2012). Propõe-se agora, um conjunto de procedimentos de intervenção que se baseia no Instrumento IRDI e é denominado Metodologia IRDI. A metodologia IRDI pretende ser uma alternativa ao apagamento do lugar do sujeito na creche, contrapondo-se ao discurso científico, ao tentar reintroduzir e revalorizar o papel de cuidadora desempenhado pela professora, apontando para o fato de que, para aprender, o bebê precisa da sustentação do sujeito do desejo. O objetivo deste trabalho é levantar alguns pontos de reflexão sobre a especificidade da função desempenhada pela professora e sobre seus efeitos na criança. Por exemplo, pouco se discorre sobre o estatuto das inscrições deixadas no corpo do pequenino aluno na medida em que ele é “maternado” por um outro que não é a sua mãe e, ao mesmo tempo em que esta está exercendo a função materna estruturante para o bebê. E quais são as consequências para o bebê que está assujeitado à essas duas “maternagens”?
Título: O TDAH e os professores de escola particular: contribuições da psicanálise
Autor: Marianna da Gama e Silva
E-mail: mariannagesilva@gmail.com
Instituição: USP
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O objetivo deste trabalho, fruto da dissertação de mestrado da autora, é analisar os sentidos e significações atribuídos por professores de escolas particulares (de elite) ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Muito já foi escrito a respeito da psicopatologização das questões escolares sob o nome de TDAH. Entretanto, poucas são as pesquisas e os estudos dirigidos especificamente à repercussão deste fato na prática dos professores – e menos ainda dos professores de escolas de elite do Ensino Fundamental 1 – e à compreensão dos sentidos conferidos por eles a este fenômeno. O modelo utilizado é o da pesquisa qualitativa em Psicanálise, e o trabalho está dividido em dois momentos: revisão bibliográfica sobre o tema, discutida criticamente, e a pesquisa de campo por meio de entrevistas semidirigidas. A condução das entrevistas e a análise dos resultados foram psicanaliticamente orientadas pelo referencial teórico freud-lacaniano. Primeiramente, levantamos elementos do espaço social e epistêmico que revestem este controverso diagnóstico e quais seus efeitos sobre a subjetividade das crianças. Discutimos a diversidade clínica envolvida nesta nomenclatura, que reduz manifestações subjetivas e sociais à categoria de transtorno. Trouxemos uma reflexão do trajeto organicista do quadro de TDAH e apresentamos um contraponto entre a noção de transtorno e o entendimento de sintoma para Psicanálise como tratamento ao real da angústia. Num segundo momento, analisamos as entrevistas com as professoras e as dividimos em categorias. Constatamos que o discurso do capitalista, aliado ao cientificismo do discurso da ciência, vem trazendo uma série de consequências ao sujeito, entre as quais: transforma a educação em mais uma mercadoria a ser consumida, legitima a transferência da responsabilidade de certos valores educativos próprios às famílias para as mãos da escola, desresponsabiliza aqueles envolvidos com a educação da criança, inclusive ela própria, e subjuga o mal-estar do sujeito a alterações neuroquímicas. Analisando esses aspectos, o trabalho busca evidenciar a permeabilidade do discurso pedagógico ao discurso médico científico hegemônico. Observamos que esta epidemia de TDAH acaba sendo, em grande parte, engendrada por uma sociedade capitalista, calcada no consumo e no lucro e tendo como representante o poder da indústria farmacêutica. Em uma perspectiva contrária às regularidades discursivas dos ditos especialistas, as professoras entrevistadas apresentam particularidades nas condições de enfrentamento dos impasses escolares, "inventando" , dia após dia, estratégias para lidar com seus alunos. Assim, este trabalho pretende, também, contribuir com um espaço de reflexão ética, visando propiciar práticas educacionais mais críticas.
Título: Conversações com professores: algumas facetas da violência escolar
Autor: Marília Etienne Arreguy
E-mail: mariliaetienne@id.uff.br
Instituição: Universidade Federal Fluminense - Programa de Pós Graduação em Educação Stricto Sensu
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Pretendemos apresentar algumas facetas da violência escolar observadas em reuniões mensais de conversação com professores de uma escola da rede pública, durante o período de um ano e meio, de 2010 a 2011. Será dada ênfase à análise das resistências dos professores e coordenadores em relação à presença de "pesquisadores-psicanalistas" vindos de fora da escola. A expectativa dos educadores era a de que, supostamente, os psicanalistas pudessem oferecer soluções pragmáticas aos problemas elencados pelos próprios professores como geradores de impasses no trabalho educacional. Também serão analisados aspectos transferenciais positivos que viabilizaram os encontros, bem como as vertentes inibitórias que impediram a continuação da atividade.
Título: Possíveis destinos pulsionais no tratamento de crianças autistas: uma aposta no enlace com o Outro.
Autor: Marina Scalco Duarte
E-mail: marinasduarte@yahoo.com.br
Instituição: Universidade de Brasília
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Partindo do entendimento psicanalítico do autismo enquanto sintoma que carrega consigo o fracasso radical no laço com o Outro, pretende-se discutir neste artigo os destinos possíveis das pulsões, usando como foco a pulsão escopofílica, no tratamento com crianças autistas. Amparando-se pela construção de Marie-Christine Laznik de que no autismo haveria um não fechamento do circuito pulsional, discute-se sua aposta de que o trabalho analítico com essas crianças permitiria o reestabelecimento deste circuito de maneira a incluir o Outro em um campo de investimento onde a priori só há autoerotismo.
Título: Psicanálise e educação: uma relação de continuidade tal como uma banda de Moebius?
Autor: Marise Bartolozzi Bastos
E-mail: marisebastos@uol.com.br
Instituição: IPUSP/LEPSI
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Esse trabalho apresenta o dispositivo da Educação Terapêutica no tratamento da psicose infantil e do autismo apostando em um tipo de intervenção que inclui as práticas educacionais pela via do trabalho com a escrita. Assinala, portanto, um campo de intervenção na clínica psicanalítica ampliada em que o tratar e o educar podem ser pensados em uma relação de continuidade tal como a figura topológica da banda de Moebius indicando que psicanálise e educação não estariam em campos disjuntos.
Título: A complexidade da aprendizagem na produção do desenho e da narrativa
Autor: Martha Célia Vilaça Goyatá
E-mail: mcgoyata@yahoo.com.br
Instituição: UEMG- Universidade do Estado de Minas Gerais
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Este artigo apresenta o resultado de pesquisa realizada com crianças e adolescentes matriculados na Escola comum e no Ensino complementar, no contexto da Sala de Recursos. O estudo buscou identificar as concepções de trinta e um alunos sobre os espaços educacionais inclusivos, ao freqüentarem as séries iniciais do Ensino fundamental e o Atendimento Educacional Especializado. Discute o direito à ocupação desses espaços pelos alunos que apresentam particularidades no processo de aprendizagem, segundo orientações estabelecidas pelo Ministério da Educação. A partir da produção discursiva dos alunos, obtida por meio do desenho e da narrativa, verificou-se uma aproximação entre as práticas escolares e os saberes dos sujeitos - em curso nos dois espaços - permitindo a localização de indícios relativos à sua posição frente à complexidade da aprendizagem, que é associada a tudo o que lhes acontece na vida. Nesse sentido, a pesquisa procurou apreender os posicionamentos subjetivos e não apenas as prescrições legais.
Título: A importância da ambivalência e da agressividade na educação
Autor: Michele Kamers
E-mail: michelekamers@yahoo.com.br
Instituição: USP e Ibes-Sociesc
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A partir da premissa de que a ambivalência é essencial na relação do Outro com a criança e de que a agressividade é fundamental na infância, buscamos refletir, a partir de alguns fragmentos clínicos e da revisão da literatura em Freud e Lacan, o lugar que a ambivalência e a agressividade ocupam na lógica discursiva atual que prima pela solução do mal-estar através de uma concepção sanitária dos problemas. O que constitui uma negação da importância da ambivalência e da agressividade não apenas na constituição psíquica do sujeito, mas no processo civilizatório.
Título: O apagamento da diferença entre pequenos e velhos
Autor: Odana Palhares
E-mail: odana23@gmail.com
Instituição: Faculdade de Educação USP - LEPSI
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A educação, que acontece em toda relação adulto e criança, não pode abrir mão nem da autoridade, nem da tradição e, no entanto, se vê obrigada a caminhar em um mundo que não é mais estruturado por estes valores. A crise na educação engendra um fator de agravação que é o papel singular do conceito de igualdade entre adultos e crianças, levando-as a uma pretensa autonomia e desconhecendo-se sua impossibilidade pelo estado de vir a ser e apagando a diferença entre pequenos e velhos. Emancipa-las conduziu-as ao aspecto público do mundo e fez surgir uma série de leis e saberes “... criando um superego educativo para os adultos” (Arendt,2011).  Sentindo-se obrigados a obedecer a tantos preceitos, os adultos ficaram numa posição infantilizada, privados de palavra. O conceito de A-Criança (Lajonquière,2010) nos esclarece essa diferença.
Título: A escuta das demandas por Acompanhamento Terapêutico (AT) e suas implicações
Autor: Priscila de Azevedo e Souza Venosa
E-mail: priscilavenosa@yahoo.com.br
Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
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Este trabalho visa refletir, a partir da escuta das demandas feitas pelas equipes escolares por ATs nas escolas, o que nelas ressoa do laço social na contemporaneidade. Partindo de suas experiências como ATs e da escuta desses pedidos, as autoras pretendem fazer trabalhar a questão a respeito das implicações do cenário atual sobre os profissionais que trabalham no campo escolar. Considera-se que esse movimento reflete um impasse dos educadores em sua atuação frente ao saber sobre as crianças no que tange a promoção de um desenvolvimento infantil idealmente concebido nos dias de hoje. Além disso, a partir da ética da psicanálise, pretende-se levantar questões sobre essa problemática que se apresenta nas diversas situações do cotidiano escolar e seus possíveis efeitos sobre as crianças.
Título: Algumas considerações sobre a incidência do discurso médico nas escolas
Autor: Priscila Ferreira de Oliveira
E-mail: priscilafdeoliveira@gmail.com
Instituição: Ato Freudiano - Escola de Psicanálise de Juiz de Fora
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A medicalização da infância trata-se de um fenômeno contemporâneo que tem a ver com o que tem se produzido na teia do discurso da ciência, em que manifestações da infância ou sintomas trazidos pela criança, vêm ganhando o estatuto de doenças, sem com isso se buscar o que eles carregam de significação. Tudo isso incide no contexto escolar e traz desdobramentos para criança e seu processo de subjetivação. Este trabalho, portanto, objetiva trazer algumas questões e considerações acerca da presença do discurso médico nas escolas e conseqüentemente sobre a medicalização da infância, lançando em discussão os possíveis efeitos que tal discurso pode trazer para prática educativa, bem como para a criança diagnosticada.
Título: PSICANÁLISE E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DA IMPOTÊNCIA AO IMPOSSÍVEL DA EDUCAÇÃO
Autor: Rafaela de Oliveira Falcão
E-mail: rafaela.falcao@hotmail.com
Instituição: Universidade de Fortaleza
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Este trabalho propõe questionar o discurso tecnicista pedagógico,  refletindo sobre as possibilidades de contribuição da Psicanálise para a formação continuada de professores da educação básica, interrogando os modelos de formação e prática docente que massificam o que deveria ser peculiar à experiência singular do sujeito. Dessa forma, indica caminhos para a migração da impotência que emerge do cotidiano dos professores para uma compreensão do impossível apresentado por Freud como uma possibilidade de docência para o sujeito. Para tanto, realizou-se um levantamento em bases eletrônicas de dados dos estudos que fomentam a temática em tela, com o intuito de reunir, avaliar e sintetizar seus resultados. Co-autoria: Maria Celina Peixoto Lima.
Título: A doença pedagógica e a cura professoral - nada passa incólume numa sala de aula
Autor: Ricardo Dias Sacco
E-mail: rids@usp.br
Instituição: FEUSP
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Ao seguir indicações sobre caminhos percorridos por professores que se afastam da sala de aula ou mesmo que renunciam à docência, me deparei com a escuta de outros professores, que se curam ao dar aulas. Sejam enxaquecas ou profundas questões existenciais que se contornam como impedimento ao ensino, algo ocorre na aula que as curam, enquanto grupos de dezenas de milhares de professores adoecem nas mesmas condições. Seria o professar, em si, um ato contraditório na etilogia das aflições dos docentes? Ou seria a negação dessa ação professoral, "curativa", talvez pela hegemonia de um discurso universalista como o da Pedagogia, que o levaria à renúncia e à doença?
Título: SÓCIOBIOPSÍQUICO: reflexões contínuas sobre a humanização
Autor: Roberta Ecleide de Oliveira Gomes Kelly
E-mail: ecleide@gmail.com
Instituição: Faculdade Pitágoras
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Em tempos de instrumentalização sofisticada, as ferramentas tecnológicas aparecem para agenciar a condição cotidiana do ser humano. Tais ferramentas não conseguem, porém, aliviar a tensão das relações humanas, inerentemente relativas ao outro. Na busca, incentivada pelos ideais midiáticos, de superação da morte, de centramento narcísico e de anulação do mal-estar cotidiano, estas relações se tornam ainda mais tensas, violentas e desencontradas. Este trabalho busca refletir sobre soluções, destacando as condições, para os humanos, de se humanizarem. Para tanto, apresenta uma troca de significantes – de biopsicossocial para sóciobiopsíquico -, mostrando que é a pressão do sócio (através da linguagem) sobre o bio (orgânico supostamente inicial) que produz, nos humanos, o psiquismo e a única condição de sobrevivência no Laço Social.
Título: EDUCAÇÃO E AUTORIDADE: ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA E O IMPOSSÍVEL NA EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO
Autor: Rogério Rodrigues
E-mail: rrunifei@hotmail.com
Instituição: Universidade Federal de Itajubá
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O objetivo deste artigo é analisar alguns apontamentos para que se possa elaborar a prática educativa no campo educacional e os processos relacionados com o impossível na emancipação do sujeito. Para tanto, o foco de análise serão as interfaces entre o campo educacional e as considerações freudianas apresentadas no prefácio “A Juventude Desorientada de Aichhorn” (1925) e em outros escritos, que também podem colaborar para se compreender a produção do sujeito no campo das relações educativas. Conclui-se que a intensificação das práticas educativas e os variados discursos sobre a questão da aprendizagem seriam tentativas de o educador evitar os diferentes enfrentamentos dos problemas educacionais. (Apoio financeiro CAPES - FAPEMIG. (Processo Nº CHE-APQ-03301-12).
Título: Alunos públicos: professores privados
Autor: Ronaldo Sales de Araújo
E-mail: rsales.psi@gmail.com
Instituição: UFMG
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Objetiva-se com este trabalho, apresentar o resultado do projeto de extensão “Psicanálise, clínica e educação: diagnóstico e tratamento das queixas escolares”, do Departamento de Psicologia da UFMG, realizado em uma Escola Municipal de Belo Horizonte. Foi utilizada a metodologia da conversação com professores, sustentada pela ética do desejo e da responsabilização. Constatou-se o apagamento do desejo envolvido na transmissão pedagógica dos professores, em decorrência da lógica normativa e das exigências burocráticas universais que sustentam as políticas educativas orientadas para “os alunos públicos”. A oferta do espaço para a palavra permitiu aos professores “privados” da autonomia, o resgate da confiança na própria capacidade e criatividade para a solução das dificuldades que envolvem a prática pedagógica.
Título: Violência na escola e sofrimento psíquico de professores: uma análise das práticas profissionais, de orientação psicanalítica.
Autor: Rosana Márcia Rolando Aguiar
E-mail: zanaguiar@gmail.com
Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
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Rosana Márcia Rolando Aguiar e Sandra Francesca Conte de Almeida. Violência na escola e sofrimento psíquico de professores: uma análise das práticas profissionais, de orientação psicanalítica.



Resumo- Os fundamentos desta pesquisa se assentam em pressupostos teóricos e dados empíricos, problematizados à luz da Psicanálise, que tentam elucidar o fenômeno da violência na escola e seus efeitos na saúde mental e física do professor. A compreensão do conceito de violência neste trabalho se sustenta na base teórica e epistemológica da Psicanálise freudo-lacaniana. A violência na escola é apresentada como uma possibilidade sempre presente no ser humano e pode ser pensada como a expressão subjetiva de um intenso mal-estar interior, com a exteriorização de pulsões que comparecem de modo violento e que o sujeito não consegue simbolizar. Dessa forma, a palavra pode ser substituída pela passagem a atos violentos. A violência, o mal-estar e o sofrimento permeiam o ambiente escolar nos dias de hoje, afastando cada vez mais o prazer que pode acontecer no ato de ensinar e de aprender. A pesquisadora ao longo de 3 meses escutou um grupo de professores por meio do dispositivo da escuta clínica e da análise das práticas profissionais de orientação psicanalítica, no intuito de avaliar o alcance do dispositivo e compreender melhor a violência no ambiente escolar. Pela escuta dos professores, foi possível apreender como o mal-estar suscitado pelo problema da violência na escola mobiliza os docentes subjetivamente e os obriga a lidar com conteúdos da ordem do recalcado, de representações inconscientes da pulsão de agressividade e do desamparo, que atravessam os laços com os alunos. Os professores relataram experiências difíceis de manejar, como a violência simbólica na relação com os estudantes adolescentes, os impasses do ato educativo, a desqualificação da ação docente e a perda da autoridade, a entrada da marginalidade na escola, a indisciplina dos alunos e outras vivências de natureza conflitiva que levaram os professores a desenvolver sintomas e estratégias de defesa face à angústia provocada pelo quase esvaziamento do desejo de educar. Foram apresentadas as quatro modalidades discursivas propostas por Lacan, com destaque aos discursos do Mestre e da Histérica, que indicavam as diferentes posições subjetivas que marcavam as modalidades discursivas dos professores relativas ao gozo, à relação com o Outro e com os outros, colegas, estudantes, gestores, no estabelecimento dos laços sociais, na escola. Os resultados apontam, ainda, para a eficácia da utilização do dispositivo de análise clínica das práticas profissionais, pois o trabalho com a palavra proporcionou o efeito de perlaboração, pela fala e escuta dos professores no grupo, mediante a transferência. Por fim, constatou-se que a escola é produtora dos próprios mal-entendidos, mas que existe a possibilidade de circular, na escola, uma modalidade discursiva que faz apelo ao saber não-todo, ao mestre inacabado, castrado, cujo discurso é capaz de sustentar práticas que não visem à sutura do real, mas ao contrário, ao reconhecimento do (im)possível da educação e do estudante como sujeito de desejo.



Palavras-chave: Professor. Sofrimento psíquico. Violência escolar. Análise clínica das práticas profissionais.
Título: O adulto e a dimensão traumática da educação
Autor: Roseli Cabistani
E-mail: rocabistani@gmail.com
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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O trabalho se propõe a interrogar o discurso sobre o mal-estar e a violência na educação, investigando a posição dos adultos educadores no interior desse discurso. Apoia-se na experiência da linha de trabalho "Psicanálise e educação" do Instituto APPOA.
Título: Bullying e mal-estar contemporâneo na educação
Autor: Samanta Pedroso Natalo
E-mail: sa_natalo@yahoo.com.br
Instituição: FEUSP
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O bullying poderia ser escutado como um Sintoma Social? Essa foi a pergunta que procuramos responder em nossa pesquisa de mestrado. Para tanto, analisamos os discursos a respeito do tema apresentados em dois livros ( Bullying, mentes perigosas nas escolas e Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz) e nas cartilhas que compõem o programa Chega de bullying: não fique calado!, desenvolvido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Em suma, o que pudemos constatar é que o bullying aponta, dentre outras questões, para uma desresponsabilização dos adultos pelas crianças. Acreditamos que tal fato poderia ser explicado como resultante da supremacia, no campo educacional contemporâneo, de um Discurso Pedagógico que coloca A Criança (idealizada) no centro da questão educativa, destinando ao educador o lugar de mero facilitador da aprendizagem.


Título: O discurso do professor da escola (dita) inclusiva e suas implicações subjetivas para a criança
Autor: Sâmara Gurgel Aguiar
E-mail: samara.gurgel@hotmail.com
Instituição: USP
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Estabelecemos como objetivo deste trabalho investigar os câmbios discursivos entre aluno e professor na escola (dita) inclusiva para, assim, refletir acerca de suas possíveis implicações para a constituição psíquica da criança. Para tanto, consideramos, com a psicanálise, que a “cena” constitutiva seja composta por um grande Outro, que equivale ao discurso inconsciente, à inscrição do simbólico, da falta, do desejo; e um pequeno outro, o semelhante, que “presentifica” o primeiro.  Propomos estender estas concepções ao campo escolar, tomando a instituição como lugar social e, portanto, com uma carga simbólica implicada no seu papel de transmissão da cultura. Na escola, portanto, transitaria o discurso do grande Outro. E concebendo o professor como um pequeno outro que pode assumir a função de grande Outro.
Título: Violência e Adolescência: (re)velando sentidos
Autor: Sandra Francesca Conte de Almeida
E-mail: luiza-martinez@uol.com.br
Instituição: Universidade de Brasília
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Luiza Leal Martinez, Sandra Francesca Conte de Almeida, Thais Sarmanho Paulo

 Universidade Católica de Brasília<br>

O estudo investiga as concepções de violência de adolescentes, a presença/ausência de adultos que exercem a função de apoio narcísico e os ideais de eu com os quais eles se identificam. A teoria utilizada é a psicanálise. A pesquisa é qualitativa e foi realizada em uma escola pública de ensino fundamental do Distrito Federal. O método foi o da pesquisa-intervenção e o procedimento o grupo focal. A análise de conteúdo orientou a discussão e interpretação dos relatos orais,  apresentados em quatro categorias temáticas: apoio narcísico, ideal de eu e identificações, relação transferencial e concepções de violência. Os resultados indicam que o grupo representou um espaço importante de fala para os adolescentes, permitindo ressignificações de seus atos e uma nova posição discursiva face à  violência. Destacam, ainda,  a relevância da função de apoio narcísico por pais e professores.

  Palavras-chave:    violência, adolescência, psicanálise, educação

 Apoio financeiro: CNPq
Título: Quando a criança que incomoda se torna portadora de um transtorno
Autor: Tácito Carderelli da Silveira
E-mail: tacitosilveira@gmail.com
Instituição: FAAT Faculdades - Atibaia/SP
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É cada vez mais frequente pais e professores se apropriarem de informações que os permite identificar determinados transtornos psiquiátricos em crianças. A difusão massiva dessas novas “patologias”, que afetam principalmente as crianças em idade escolar, faz com que passem a olhar para esses comportamentos “inadequados” das crianças de outra forma, com um olhar pretensamente mais apurado e supostamente mais técnico. Um bom exemplo dos efeitos dessa patologização das dificuldades de aprendizagem e dos comportamentos é o aumento expressivo de casos do chamado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, também conhecido como TDAH.
Título: O percurso de Carolina na escola: problematizando práticas escolares para alunos com autismo e psicose infantil
Autor: Taís Guareschi
E-mail: tais.guareschi@gmail.com
Instituição: Universidade Federal de Santa Maria
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Este trabalho tem por objetivo realizar um estudo a partir de um caso de inclusão escolar na Educação Infantil. Carolina, uma aluna com hipótese diagnóstica de psicose infantil passou a frequentar a escola aos três anos de idade. Ao conhecerem Carolina as professoras observaram que ela falava pouco e sem intenção de se comunicar, não brincava, apresentava estereotipias, era agitada e agredia os colegas. Ao longo de três anos de escolarização Carolina desafiou os profissionais da Educação e da Psicologia a repensarem seus lugares, tendo em vista as especificidades que envolvem o trabalho com alunos tão singulares. O caso de Carolina contribuiu para problematizarmos a constituição das práticas escolares em tempos de inclusão.
Título: Autoridade docente inscrita na contemporaneidade: implicações no ato pedagógico
Autor: Telma Lima Cortizo
E-mail: telmalcortizo@uol.com.br
Instituição: Secretaria Municipal de Educação
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Trata-se de uma pesquisa doutoral tem como objetivo analisar a autoridade docente como um sintoma social da contemporaneidade, na busca de escutar suas implicações no ato pedagógico. O marco teórico tem como aporte: Alexandre Kojève (2006), Hannah Arendt (2011); Freud (1996); Lacan(1975); Bauman (2011); Guiddens(2012); Charlot(2000); Gatti(2010); Pereira (2008); Ornellas (2005), dentre outros.  A abordagem qualitativa apresenta-se como metodologia de pesquisa. Os procedimentos de coleta de dados utilizados serão: observação, entrevista semiestruturada e conversações, sendo 10 sujeitos e o locus da pesquisa uma escola da rede estadual. Para a análise e interpretação dos dados categorias serão constituídas. A Análise do Discurso de Vertente Francesa será aplicada e os resultados serão triangulados.

 
Título: As implicações do modelo neoliberal na subjetividade do egresso graduado
Autor: Teresa Daros Szöllösi
E-mail: tdaros@yahoo.com.br
Instituição: UFPR- Universidade Federal do Paraná
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Este trabalho apresenta parte de uma pesquisa de mestrado em Psicologia que objetivou refletir sobre a trajetória socioprofissional do egresso/graduado no curso de Agronomia. Através de uma metodologia quantitativa e qualitativa que se propôs a observar o perfil do egresso entre as décadas de 1990 e 2000, onde se analisam as semelhanças e diferenças entre os graduados dos dois períodos. Como resultado ao longo destas décadas, está havendo um decréscimo de consenso positivo sobre o auxílio da formação acadêmica para a entrada no mercado de trabalho. A trajetória socioprofissional do egresso tem sido marcada pela percepção de maior grau de dificuldade para conseguir emprego na área de formação, achatamento salarial da categoria e um aumento significativo de profissionais que não exercem atividade na área em que se graduaram. Os resultados da pesquisa são um convite para discutir acerca do espaço que o contexto neoliberal tem reservado para a vida do adulto no que se refere à transição entre a formação universitária e a atuação profissional.









 
Título: O projeto de vida do egresso, graduado em tempos de implantação do neoliberalismo no Estado do Paraná
Autor: Teresa Daros Szöllösi
E-mail: tdaros@yahoo.com.br
Instituição: UFPR- Universidade Federal do Paraná
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Este resumo apresenta parte de uma pesquisa de mestrado em Psicologia
que se propôs a refletir sobre os projetos de vida do egresso graduado em Agronomia nas décadas de 1990 e 2000. A metodologia de pesquisa é quantitativa e qualitativa. No procedimento quantitativo, a análise foi realizada por meio do teste de Qui Quadrado. Já no procedimento qualitativo, as questões discursivas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin.Os resultados apontam categorias relacionadas a projetos acadêmicos, familiares, profissionais individuais e profissionais coletivos. Observam-se projetos de vida construídos na materialidade do contexto neoliberal, com desarticulação de organizações coletivas e fortalecimento do individualismo. Tal situação acarreta uma homogeneidade de projetos de vida resumidos a conseguir manter-se no emprego em que se encontram ou de galgar trabalho na área em que se graduaram, com diminuição de projetos coletivos enquanto categoria profissional como um todo e aumento de projetos individuais.
Título: Desafios da prática transdisciplinar - uma proposta de intervenção na infância
Autor: Thais Siqueira
E-mail: thais.siqueira@einstein.br
Instituição: PECP - Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis
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Autores: Patricia Molterer, Camila Lefevre e Thais Siqueira

Este trabalho propõe uma discussão acerca da importância da criação de um dispositivo clínico transdisciplinar em uma instituição ambulatorial de saúde voltada à infância e adolescência, localizada em uma comunidade na periferia da cidade de São Paulo. Tal dispositivo se destina a crianças e adolescentes com entraves no desenvolvimento e consiste em atendimentos grupais semanais realizados por 3 terapeutas  (duas psicólogas e uma terapeuta ocupacional) fora do setting  tradicional. Pretende-se discutir os efeitos da efetivação da proposta de um trabalho que extrapole os limites entre os saberes de cada especialidade, e a própria ideia de saber sobre a criança, no tratamento das crianças e na relação com os profissionais envolvidos.
Título: A autoridade e a ilusão de autonomia
Autor: Vanessa Cardoso Cezário
E-mail: van_cezario@yahoo.com.br
Instituição: FE-USP
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Propomos discutir alguns aspectos da contemporaneidade que promoveram a criança à condição de sujeito de direitos a quem é dada uma palavra. Para isso escolhemos o discurso jurídico que da proteção da infância chegou ao interesse das crianças, e sob a ideologia liberal supôs aí sujeitos de direitos que podem se articular com o público. Questionamos então se elas podem falar por si mesmas e em que a autoridade dos adultos foi transformada.
Título: O que o jornal de hoje nos traz? reflexões acerca do discurso sobre o autismo na mídia
Autor: Vanessa Ferraresi
E-mail: vanessa_ferraresi@yahoo.com.br
Instituição: FEUSP
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Ao nos debruçarmos sobre o que foi veiculado na mídia acerca do Autismo, ao longo desse último ano, deparamo-nos com uma profusão de reportagens, artigos e entrevistas que deliberavam sobre a criança autista e o melhor para ela em termos de tratamento. O presente trabalho intenciona analisar textos publicados em jornais de grande veiculação a fim de desvelar o que se define como O Autismo na contemporaneidade. Partindo da conjectura de que o jornalismo científico atual difunde um discurso que se anuncia como A Verdade, colocaremos em cena a abordagem lacaniana dos discursos para expor as estruturas da tecnociência que subjazem ao que, no cenário atual,  apresenta-se como A Ciência.

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